Enviada em: 30/06/2019

"...As mais soberbas pontes e edifícios / o que nas oficinas se elabora..." Os versos do poema "A máquina do Mundo", de Carlos Drummond de Andrade, se alinha com a realidade mercadológica do novo que, em curto prazo se torna ultrapassado. Partindo dessa visão, focar na vasta geração de lixo no Brasil, demanda reaprender a consumir de maneira cuidadosa. Dessa forma, ignorar essa verdade, sinaliza um ato de irrespeito para com o futuro.          Nessa perspectiva, o discurso midiático corrobora para uma deglutição inconsciente. A grande disseminação de propagandas na TV, rádio, panfletos e, redes sociais, inspira a uma mentalidade consumista em que, luxo, é obter o novo. Não raro, uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), relata que o descarte de resíduos sólidos em 2010 pela população, se sobrepõe ao ano de 2009 _ o que resulta em uma dupla existência, ingerir com cuidado ou aderir ao abismo de parafernálias. Ora, se a mídia não instrui alerta, o efeito fermenta no retrocesso.         Ademais, é importante apontar o olhar ainda longínquo do Poder Público, no tocante a essa mazela que, ocasiona estagnação responsável. Desde os anos 1970, as sacolas plásticas desempenham um dueto na rotina cidadã, carregar compras e embalar lixo domestico; porém o desleixo no descarte desse objeto ocasiona sérios riscos, como entupir boeiros, colaborar nos alagamentos de cidades, e se em contato com rios e mares, provocam a morte por asfixia de animais marinhos. Nesse sentido visando reduzir tais impactos, países como a Escócia implementou leis para proibir o uso de canudos plásticos. Afinal, aplicabilidade converge com respeito ambiental.           Depreende-se, portanto, que o Estado viabilize meios para reduzir a produção exacerbada de lixo e o consumo desenfreado. Logo, a necessidade de incentivos estatais nos meios midiáticos para maior abertura ao assunto, a fim de despertar na coletividade uma prudência maior para comprar. Outro agente, seriam as escolas e prefeituras que, por meio do corpo pedagógico e biólogos podem incentivar alunos e familiares com projetos sustentáveis de reciclagem e uso de aparatos duráveis, com o intuito de alerta sobre os riscos de eliminar sem cautela. Assim, a "maquina do mundo", terá pontes com oficinas de sustentabilidade.