Enviada em: 08/07/2019

A obra "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, conta a história de uma sociedade futurista que incentivava o consumismo com o intuito de tornar os indivíduos mais felizes e alavancar a economia. De forma análoga, observa-se atualmente o demasiado incentivo ao consumo e, consequentemente, à produção de lixo. Dessa forma, faz-se necessário analisar as causas dessas duas problemáticas que estão intimamente relacionadas.    A princípio, o motivo de tanta compra, no hodierno, é a falta de habilidade dos seres humanos de lidar com os seus desejos momentâneos. Segundo o filósofo A. Schopenhauer, todos os indivíduos são controlados por suas vontades, as quais são insaciáveis. Nesse viés, pode-se afirmar que o consumismo exacerbado, como na sociedade da obra de Huxley, é uma das maneiras do ser humano cessar provisoriamente seus desejos, colaborando, assim, com a intensa produção de resíduos.    Associado a isso, ademais, o poder controlador da mídia é outro quesito que colabora, indiretamente, na produção de lixo. Nas primeiras décadas do século XX, por meio de propagandas que enalteciam o modo de vida americano, a mídia estadunidense proporcionou um aumento exorbitante dos produtos comercializados. Dessa maneira, percebe-se o grande poder midiático que intensivamente leva os telespectadores a consumir, por meio de propagandas apelativas, produtos desnecessários.    Portanto, a fim de reduzir o consumismo exagerado e, por conseguinte, diminuir a produção anual de lixo, o Ministério da Educação e Cultura e o Ministério do Meio Ambiente devem liderar um projeto que incentivem cada estudante das escolas públicas e privadas a protagonizar a reutilização e a coleta seletiva do lixo no seu bairro e oferecer incentivos fiscais as empresas que adotarem a reciclagem. Assim sendo, a sociedade brasileira terá um destino diferente da distopia huxleyana que se baseava na manipulação comportamental e na intensa produção de lixo.