Enviada em: 19/07/2019

A partir do século XIX, a popularização e o barateamento dos produtos eletrônicos teve como consequência o aumento do consumo destes dispositivos. Uma prova disso é o estudo realizado, em 2018, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que revelou que o número de telefones móveis em circulação no país é aproximadamente 3 vezes o número de brasileiros, e que quase 70% da população possui ao menos um computador dentro do lar. O principal efeito adverso gerado por essa situação é o descarte errôneo desses aparelhos, o que resulta no desperdício de coisas que poderiam ser recicladas, polui o meio ambiente e causa problemas de saúde nas pessoas.       Primeiramente, é necessário constatar o desperdício gerado pelo não reaproveitamento dos materiais presentes em dispositivos eletrônicos. Muitos deles são repletos de ouro, cobre, alumínio e outros compostos valiosos que poderiam ser utilizado no processo de fabricação de outras coisas, como jóias e, até mesmo, outros aparelhos. Entretanto, isso não ocorre no Brasil, pois o país carece de legislação que incentiva este tipo de ação e de um sistema de coleta seletiva apropriado. Portanto, é notável que quando os eletrônicos são descartados de maneira incorreta, diversos materiais que poderiam ser reciclados e reutilizados são perdidos.       Ademais, é preciso analisar o impacto gerado quando os eletrônicos entram em contato com à natureza. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, aproximadamente 80% da população os descarta de maneira errada, jogando-os em aterros comuns ou em terrenos abandonados. Logo, algumas substâncias presentes neles acabam atingindo o solo e os lençóis freáticos, o que intoxica a água. O consumo dessa água contaminada é capaz de causar diversos problemas de saúde. Por exemplo, o Instituto Nacional do Câncer afirmou que muitos materiais liberados pelos eletrônicos, como o mercúrio e outros metais pesados, possuem potencial cancerígeno e podem levar à morte. Com isso, fica evidente que ele deve ser mantido longe da natureza, pois pode prejudicar a saúde dos seres humanos.       Em síntese, o descarte inadequado desses aparelhos causa o desperdício de materiais que poderiam ser reciclados, prejudica o meio ambiente e impacta negativamente a saúde das pessoas. Portanto, é preciso uma ação conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio ambiente para criar um programa de coleta seletiva especializado em dispositivos eletrônicos. Assim, esses aparelhos terão um destino apropriado, pois serão reaproveitados e não entrarão em contato com a natureza. Como consequência, o meio ambiente será preservado, as pessoas não serão prejudicadas e o desperdício será reduzido.