Enviada em: 21/07/2019

Karl Marx, ao escrever Os Escritos Econômicos e Filosóficos de 1844, atentou-se em explicar o conceito de capital, consumo e mercadoria. Isto posto, sua dialética pontuava o proletariado como síntese e, produção e consumo como tese e antítese, respectivamente; ambos os termos são dependentes, já que o consumo possibilita a produção e a produção cria formas específicas para se consumir um produto. A finitude da matéria, bem como o seu descarte, é tema significativo no mundo contemporâneo, visto que a informação cresce numa progressão geométrica e a matéria prima em progressão aritmética.  Desse modo, discute-se o lixo e a sociedade de consumo no Brasil a partir da dependência do sujeito ao objeto.       Por conseguinte, segundo a revista Pensamento Verde, estima-se que o Brasil produz cerca de 64 milhões de toneladas de lixo por ano, equivalente a 383 kg de lixo por pessoa. Tal qual são os dados sobre o lixo eletrônico que, segundo o Estadão, indica que o Brasil é o país emergente que mais produz lixo eletrônico, proporcional a 0,5 kg por pessoa ao ano, totalizando 100 mil toneladas. À vista disso, é preciso identificar os REEE [ Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos], os quais são: computadores, TVs, DVDs, celulares, geladeiras, maquinas de lavar, aparelho de som, dentre outros.       No entanto, por mais que os REEE não apresentem danos imediatos à saúde e nem ao meio ambiente, seu alto consumo indica uma superprodução de equipamentos que são constantemente trocados por novos modelos. De acordo com o portal TecMundo, um celular dura em média 2 anos e sua durabilidade é programada, constatando-se um problema de servidão aos meios eletrônicos. Ainda, ao remeter a hermenêutica de Marx, nota-se a confusão da produção com o consumo, pois um produto é, de fato, um produto quando é consumido; por exemplo, uma roupa só se torna uma roupa quando é vestida.       Portanto, de acordo com as informações apresentadas, medidas são necessárias para frear o exacerbado consumo e a produção infindável de lixo. Logo, o Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com a comunidade, deve elaborar planos de coleta sustentável em colaboração com catadores, garantindo, também, uma geração de renda. Por isso, a conscientização deve ser feita nas escolas através de palestras, bem como nas grandes mídias através de propagandas sobre separação adequada dos lixos. Em consequência, oportuniza-se retratar uma sociedade lúcida em relação ao seu consumo, destinando-se a um futuro sustentado em produzir o necessário e evitar superproduções e produções sem propósito.