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Enviada em: 22/08/2019

Discussões acerca do consumismo deliberado e suas consequências não é pauta recente. Walter Benjamin, sociólogo no século XX, já fazia críticas a recém instaurada indústria cultural. Um sistema balizado no lucro, padronização de ideias e incentivo ao consumismo. Em seu clássico "a obra de arte na época da reprodutividade técnica" sua principal crítica é sobre o esvaziamento de conteúdo das artes em geral, fecundando uma sociedade com baixo senso crítico. Na atualidade, a simbiose consumismo e alienação desabrocha de diversas maneiras; O excesso de lixo produzido e a falta de conscientização de seus malefícios sob a vida humana e natureza é apenas uma dessas facetas. A sociedade contemporânea adquiriu também outra característica, o imediatismo. Sob ótica de Zygmunt Bauman presencia-se uma sociedade preocupada apenas com o "agora" sustentada em relações liquidas. Esse imediatismo é nitidamente observado na relação Homem e Natureza. O consumismo e o descarte inconsciente do lixo elucida essa teoria: Grande parte dos depósitos de lixo (lixões e aterros) estão saturados e para renovação do espaço, ou seja, decomposição da matéria, levará anos. "A cultura condiciona a visão de mundo" já afirmará o antropólogo Roque Laraia. Diante disto, fica evidente que para retornarmos àquele estado de relações sólidas e responsáveis elucidado por Bauman, devemos a priori rever paradigmas culturais da sociedade brasileira.  Em síntese, a conscientização do consumo sustentável e a consequente produção de lixo de maneira responsável será adquirida da mesma maneira que lhe foi retirada: pela cultura vigente. Como novas morais são difíceis de serem incorporadas e são repassadas pelas gerações deve-se começar pelas crianças:O governo em parceria com o ministério da educação deve incorporar grades de aulas de "consumismo sustentável" que além de abordar o descarte adequado do lixo (como a reciclagem) se apoiará em temas que ampliará a capacidade crítica dos alunos, fazendo-os questionar a atual e real relação homem-natureza-consumismo. Concomitante á isto, pensando na geração que de fato impulsiona a indústria cultural através do seu poder de compra, o governo em parceria com a rede publicitária deve também incentivar a coleta seletiva do lixo e relatar  maciçamente os problemas já correntes como saturação de aterros e lixões, contaminação de rios, lençóis freáticos e proliferação de doenças.