Enviada em: 30/08/2017

Literatura: Uma bússola para o auto-conhecimento       Na concepção do existencialista francês Jean-Paul Sartre, o ser humano dotado de consciência, é um "ser para-si", ou seja é também responsável por si. Isso significa ser capaz de construir a sua própria existência. No conjunto da obra, a sociedade humana é marcada por rastros de desconstruções. Nesse contexto é irrefutável a ideia de que a leitura é o principal modal na busca e na manutenção do conhecimento, impulsionando o progresso da sociedade.        Uma sociedade que não valoriza a leitura está fadada a cometer os mesmos erros. Pois como refletido por Sartre, a liberdade obtida pela leitura possibilita a independência do processo informativo e uma visão crítica a respeito do passado. Dessa forma é urgente incentivar e democratizar a leitura. No entanto, a decantada democratização não pode ser obtida pela mera construção de bibliotecas, faz-se necessário incentivar que estes espaços sejam utilizados de forma ativa pela sociedade. Logo o desafio não se resume a construir edifícios, mas mudar a mentalidade das pessoas. Infelizmente, a sociedade brasileira não estabeleceu um nexo causal entre progresso intelectual e sucesso pessoal.        Trata-se, como se vê, de uma situação que tem sido marcada pela total inabilidade do Estado de criar projetos que eficientemente incentivem o hábito literário, perpetuando, dessa forma, a calamitosa situação do nosso ensino. Contudo, é preciso admitir que problema também está relacionado com a condição familiar. Em muitas famílias o jovem é forçado a ingressar precocemente no mercado trabalho, distanciando-o ainda mais de um ambiente favorável a leitura.        É determinante, então, para a reformulação desse cenário, que o Ministério da Educação invista na ampliação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional incentivando clubes de leitura nas escolas, os quais deveriam ser geridos, preferencialmente, pelos próprios alunos. Estes clubes seriam encarregados de promover diversas manifestações artísticas relacionados a literatura, tais como peças de teatro, roteiros de filmes, etc. Outrossim,deve-se também promover ações voltadas para as comunidades carentes, por meio de iniciativas que levem livros até tais regiões. Uma das formas seria expandir o Projeto Rondom de modo a incluir escritores, os quais promoveriam leituras das suas obras nessas comunidades. Com esse direcionamento de ações, acredita-se na independência individual na procura do saber.