Enviada em: 05/10/2019

É possível, por intermédio da linguagem simples e coloquial do poema "No meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade, fazer uma analogia a respeito da falta de apoio do Estado na implementação das "Startups" educacionais no Brasil. Acerca de tal análise, pode-se ligar a pedra, presente na obra drummondiana, à crescente repercussão problemática no cotidiano dos brasileiros. Ainda, constata-se que a força de mercado adquirida por esses novos modelos educacionais são advindas das inúmeras adversidades enfrentadas pelas escolas regulares.           Em primeira análise, pontua-se o desleixo governamental como precursor do agravamento da situação. No livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles, defende que a política serve para garantir o bem-estar dos cidadãos. Porém, o descaso das autoridades públicas em relação à adaptação dos ultrapassados modelos de ensino as novas exigências do mundo moderno, fomenta a atual inadimplência do Estado em solucionar a mazela social. Porquanto, a extensa burocracia enfrentada pelas "Startups" e a falta de apoio ao empreendedorismo no âmbito educacional, exemplificam o desdém político-administrativo. Dessa forma, verifica-se a necessidade de uma reformulação nos valores e nas ações políticosociais, a fim de que o axioma aristotélico retorne ao cerne dos princípios governamentais e os acontecimentos supracitados possam ser mitigados à população.           Outrossim, a extensa gama de obstáculos impostos à educação contribui para a acentuação da problemática. Hodiernamente, ocupando a nona posição na economia mundial, consoante à pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema de educação pública eficiente. A realidade, entretanto, é justamente o oposto e o resultado desse contraste é observado nas mais variadas adversidades perpetradas e difundidas nos centros educacionais do país, questões como o bullying e a doutrinação edeológica ilustram as causas primárias responsáveis pelos altos índices de evasão escolar. Diante dessa realidade, as "Startups" educacionais (edtechs) surgem como alternativas capazes de reverter esse quadro.           Logo, para que o triunfo sobre as dificuldades de se implementar as "Startups" educacionais seja consumado, urge que o Ministério da Educação, por meio dos recursos enviados pelo Estado, promova ações assistencialistas, de modo a facilitar o processo burocrático de abrir e gerir novos empreendimentos. Ademais, essa ação deverá ser acompanhada por incentivos fiscais as "Startups"  responsáveis por alavancar os índices educacionais do país. Ainda assim, recursos deverão ser aplicados em pesquisas e estudos científicos, com o fito de entender e combater as causas dos problemas recorrentes no âmbito escolar. Dessarte, a pedra poderá ser removida do caminho social.