Enviada em: 01/09/2019

Carros compartilhados,bicicletas e patinetes elétricos,mapeamento sensorial,rotas alternativas.Esses recursos,gerenciados por empresas chamadas de startups,tematizam as novas soluções tecnológicas para destravar a lógica viária das cidades brasileiras.Entretanto,tais alternativas de locomoção são desafiadas pela evidente segregação espacial e,também,pelo modo como tendem a integrar o sistema de mobilidade.Dessa forma,é importante validar o papel das startups ligadas à mobilidade no mercado brasileiro.   Em primeiro plano,vale ressaltar que a desestruturação da mobilidade perpassa pela segregação territorial,que propicia óbices ao pleno funcionamento das inovações de transporte.Nesse sentido,o nexo histórico,que remonta a tardia industrialização brasileira do século XX,centraliza a oferta de empregos e de serviços em áreas específicas e restritas,em que demandam o deslocamento diário e a potencialidade dos "apps" de transporte.Com isso,inovações inteligentes que desobrecarreguem o transporte coletivo,por exemplo,já são realidade,como mostra o serviço "OnBoard Mobility",o qual substitui o uso de cartões e bilhetes por recarga via aplicativo.   Além disso,é pertinente lembrar como tais alternativas integrarão os moldais de transporte dentro da perspectiva viária brasileira.Segundo,entrevista do WRI Brasil ao portal G1,a realidade das soluções de mobilidade têm dificuldade para se incluir junto aos tradicionais meios,visto que há um choque de acessibilidade e entendimento dos usuários,bem como uma grande individualidade do novo sistema sobre os transportes já usuais,como o transporte público coletivo e as vias de tráfego.Tal obstáculo impossibilita,por exemplo,o usuário de usar um mesmo cartão para mais de um modal,seja rodoviário,seja metroviário.Dessa maneira,cria-se uma competição entre o inovador e o usual,inviabilizando a integração da mobilidade com a tecnologia.   Logo,urge às próprias grandes startups,como a Yellow.Grin,Uber,Bynd,entre outras,deixarem mais acessíveis e entendíveis ao público o modo de utilização dos "apps" de locomoção,por meio de anúncios explicativos veiculados no Facebook e no Instagram,para abranger vários segmentos da população e amainar a exclusão espacial.Somado a isso,cabe ao Ministério das Cidades fomentar a integração do novo com o usual,a partir de uma legislação que flexibilize e harmonize as formas de deslocamento,para que não haja competição excessiva.