Enviada em: 11/08/2019

Na série brasileira da Netflix "Coisa Mais Linda", é retratada a jornada de Maria Luiza, uma jovem que enfrenta vários desafios na tentativa de abrir seu próprio clube de Bossa Nova em uma realidade de Rio de Janeiro, na década de de 1950. Fora da ficção, a busca das mulheres por espaço no mercado empreendedor têm crescido significativamente nos últimos anos, fato esse importante para obstruir a persistente ideologia arcaica na qual o público feminino é submisso, além de encorajar outras mulheres a transformar suas ideias em negócio próprio.   Nesse contexto, vale destacar que a desconstrução de parâmetros sexistas está em constante desenvolvimento em diversos aspectos, como é o caso do empreendedorismo. Porém, as que se arriscam nesse meio deparam-se com a descrença por parte de uma grande parcela dos profissionais do mesmo setor e, até mesmo, do público consumidor. O fato se deve, principalmente, aos princípios construídos desde as civilizações antigas da História, onde o regime patriarcal predominava e o papel das mulheres era ser responsável pelas tarefas domésticas.     Ademais, estudos comandados pelo cientista e professor da Universidade de Chicago James Flynn, comprovam que mulheres possuem maiores habilidades de raciocínio logístico. Esses estudos ajudam a sociedade a compreender a importância feminina em um mercado ainda predominantemente dominado por homens. Em contrapartida, percebe-se que não há incentivo social suficiente para incitar o ingresso do público feminino nesse setor, além de não existirem programas de iniciativa política que possam amenizar a situação e, também, o fato de que os cursos profissionalizantes são inacessíveis para muitas das brasileiras de baixa renda.     Portanto, para que essa problemática seja superada e para que o empreendedorismo feminino se torne uma realidade no Brasil, faz-se necessária a adoção de medidas. Urge que a Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, em parceria com o Ministério da Educação inclua na grade curricular de todas as escolas a disciplina de Empreendedorismo, além de adicionar no material didático conteúdos que apontam a importância e os benefícios da ascensão da mulher nesse meio. Cabe também a mesma Secretaria, a criação de um programa  que dê oportunidades para mulheres em situação vunerável na criação de seu próprio negócio, oferecendo cursos profissionais de forma gratuita, analisando e articulando as ideias mais relevantes e estabelecendo acordos financeiros de investimento e repartição de lucros, assim, dando a chance de prosperidade financeira e estimulando sua participação.