Enviada em: 27/06/2017

A contemporaneidade, marcada pela globalização e pelo viés democrático, permitiu a consolidação da liberdade de expressão da imprensa. Nesse sentido, houve a ascensão da influência dos meios de comunicação que, por meio do significativo poder de manipulação, contribui para os problemas de alienação no Brasil.                    Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos da manipulação da mídia na sociedade. A esse respeito, relaciona-se a fragmentação e posterior seleção dos fatos de acordo com determinados posicionamentos políticos e interesses das instituições. A partir da distorção da realidade, a veracidade das informações veiculadas torna-se duvidosa. Entretanto, o senso crítico é oprimido pelas técnicas de produção da informação que, com um visual harmônico impõe a clareza e fidelidade utópica, além de uma visão de mundo pré-moldada, sem estimular a reflexão.                     Na esteira do processo de manipulação das informações, alude-se ao conflito de interesses e ao silêncio militante, que atuam como filtros dos noticiários. Isso constata-se em uma realidade de oligopólios dos meios de comunicação, em que uma minoria domina os discursos ideológicos revigorantes na televisão e em grandes sites de notícias. Diante disso, a hegemonia da persuasão midiática é mantida pelo constante monitoramento dos comportamentos e interesses individuais comuns na internet e no meio social. Nesse contexto, os jovens são os principais alvos da mídia, que direciona constantemente propagandas de incentivo ao consumo e padrões comportamentais. Segundo pesquisa, a vitrine midiática influencia diretamente cerca de 63% dos adolescentes no Brasil.                  Torna-se evidente, portanto, os reflexos negativos do poder de manipulação da mídia. Sendo assim, torna-se primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, políticas públicas e escolas. O Governo em parceria com políticas públicas deve elaborar programas de intervenção social que construam o senso crítico, estabelecendo um guia informacional online e em folhetos para orientar as pessoas sobre os sinais de manipulação e as ideologias dominantes. É imperioso que as escolas promovam debates críticos sobre os problemas sociais, estimulando os alunos a desenvolver a capacidade de questionamento e fuga do senso comum. Ademais, é ideal a participação de professores e psicólogos com a utilização da internet como ferramenta de grande potencial informacional, incentivando a comparação de fatos veiculados entre diferentes meios. A articulação dessa pluralidade é excepcional para a suscitação da formação crítica e ativa dos cidadãos.