Enviada em: 30/04/2018

A erradicação de doenças é, sem dúvida, um dos principais objetivos dos sistemas governamentais de saúde de todo o mundo. Todavia, doenças já erradicadas voltaram a aparecer no Brasil, como a febre amarela e a malária, por exemplo, além de doenças controladas que aumentaram significantemente,  como a dengue.  A reemergência dessas doenças deve-se à falta de saneamento básico, ineficaz programa de vacinação e baixa conscientização da população.       A desigualdade social é um fator crucial para surtos de epidemias. É notório que as regiões mais pobres e periféricas aos grandes centros urbanos estão mais sujeitas aos focos do mosquito vetor. Água parada, esgoto e lixo a céu aberto, aliados à péssima conscientização da própria população residente, torna o ambiente propício à reprodução desse inseto. Para se ter uma noção, em 2017, foram mais de 750 casos de febre amarela, sendo 260 deles fatais. Fato gravíssimo para uma doença considerada erradicada.       A vacinação é uma importante medida profilática, contudo a negligência do governo no que tange à distribuição igualitária e satisfatória dos lotes do medicamento, tornam essa profilaxia inócua. A produção em larga escala de vacinas tão importantes não são incentivadas, preferindo-se o controle de surtos isolados em vez de prevenção das grandes áreas de risco com um todo. A falta de propaganda informativa nos diversos meios de comunicação, demonstrando a importância da imunização, também colabora para essa ineficácia.        Por conseguinte, além do combate exaustivo contra a multiplicação do mosquito (mantendo vasos de plantas, quintais e caixas de águas sempre limpos), é essencial a ação governamental, investindo na infraestrutura sanitária e retirada do lixo acumulado nas áreas carentes. Tanto a febre amarela, quanto o dengue, foram controlados no início do século com uma série de ações organizadas e baseadas na eliminação dos mosquitos por meio da limpeza das cidades. A conscientização da população também é de extrema importância. O governo federal deverá, em parceria com o MEC, promover campanhas e mutirões nas escolas com a presença dos alunos e seus responsáveis, demonstrando a importância da ação individual de cada cidadão. O investimento no SUS e nos laboratórios produtores de vacinas, a realização de campanhas não só nos postos de saúde, mas também em praças públicas e nas escolas, aumentariam o público alvo. Por fim , a exaustiva divulgação da importância da vacinação preventiva nos meios de comunicação, com palestras nas áreas carentes, cartazes nas escolas, propagandas nas rádios e canais de televisão, é indispensável para a conscientização da população, não só em relação à vacinação, mas também na eliminação do vetor transmissor.