Enviada em: 02/05/2018

Quando, no século XIX, época de grandes avanços do racionalismo cientifico, Oscar Wilde proferiu a seguinte frase, " O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação", não imaginava a sua atualidade. Isso porque, com o reaparecimento de doenças que já tinham sido erradicadas no Brasil, a proposição do escritor sintetiza uma das necessidades da sociedade atual, sair da inércia. Para tanto, buscando uma solução plausível para esse problema, urge a necessidade de ações sobremaneira cautelosa e diligente, tendo em vista atenuar as suas causas e consequências.     É preciso considerar, antes de tudo, que a inobservância do Estado é um fator primordial para esse retrocesso. De modo que sob uma lógica empirista e racionalista, a frase de Foucault abrange bem essa questão, " A falta de responsabilidade nos leva ao fracasso". Isso ocorre, dentre outros fatores, a uma excessiva preocupação dos governantes com os projetos econômicos do país, deixando à mercê as políticas sanitárias no Brasil. Prova disso está nos dados propostos pelo G1, no qual demonstram que mais de 50% da população não contam com uma rede coletora de esgoto e água tratada. Dessarte, o surgimento de doenças, como, por exemplo, a febre amarela e a toxoplasmose é apenas consequência dessa regressão nas políticas sociais no país.    Outrossim, vale ressaltar, também, que a sociedade tem a sua parcela de responsabilidade nessa questão. Na Grécia antiga, as deliberações partiam das discussões entre os cidadãos na ágora. Todavia, mesmo que hoje tenhamos uma democracia representativa, não podemos deixar todas as funções a cargo do governo. Diante disso, ações práticas, como não deixar água parada, colocar o lixo em lugares corretos são tidas como ações sem importância, mas são de grande valia para mitigar o aparecimento de doenças que estavam latentes. A Noruega, que tem uma qualidade de vida exuberante, é uma exemplo clássico da aplicabilidade dessas ações, no qual essas práticas são estimuladas não apenas pelo Estado, mas pela própria sociedade.    Fica evidente, portanto, que o primeiro passo não é apenas importante, mas essencial. Para isso, cabe ao Estado brasileiro cumprir as promessas feitas à ONU, no qual se comprometia em disponibilizar, por meio de obras públicas, redes de esgoto e água tratada para toda a população, pois, além de uma contribuição para melhorar a vida da sociedade, também, diminuiria o aparecimento de doenças. Ademais, cabe à mídia e às ONGs, juntas, trabalharem, mediante filmes, novelas e propagandas publicitárias, os problemas advindos do reaparecimento de doenças, demonstrando as suas consequências, abrindo debate na sociedade e, com isso, instituir uma mudança de hábito na sociedade. Assim, haverá aplicabilidade, racionalidade e diligência no combate ao problema.