Enviada em: 25/07/2018

A erradicação da varíola, na década de 70, foi uma das maiores conquistas na saúde pública mundial e proporcionou à humanidade uma noção da sua capacidade de combater endemias. No entanto, vive-se atualmente, no Brasil e no mundo, o medo iminente de que doenças já erradicadas retornem, devido a fatores como falhas governamentais, somadas a uma parcela desinformada das população.       A princípio, é necessário reconhecer que o histórico de comunicação dos governos com o povo, principalmente no Brasil, demonstra descompasso. Tangente a isso, sabe-se que a eficácia de uma medida governamental, na maioria das vezes, está diretamente relacionada com sua aceitação popular. Dessa forma, uma campanha de vacinação que apenas direciona as pessoas a se vacinarem, sem aprofundar a questão e dar o máximo de informações sobre a doença em questão, não é totalmente eficaz. Como exemplo disso, tem-se a Revolta da Vacina, que foi ocasionada, em suma, por falhas na comunicação entre o Governo do Rio de Janeiro e seus governados.       Ademais, deve-se considerar o desinteresse da população em buscar informação. Nesse sentido, os movimentos antivacina vêm crescendo de forma considerável, principalmente na internet, mesmo com a obrigação de vacinação imposta aos responsáveis pelo Estatuto da criança e do Adolescente. Como consequência dessa tendência, tem-se a diminuição gradativa, nos últimos dez anos, de crianças vacinadas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Por outro lado, esse aspecto também é condicionado às ações dos governantes pois, como afirmou Durkheim, o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.      Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas interventivas para combater esse problema. Considerando a educação como o primeiro passo para o avanço, o Ministério da Educação, em parceria com as instituições de ensino deve reforçar a educação voltada para saúde pública, informando e aprofundando sobre as endemias e o funcionamento das vacinas, bem como sobre as medidas mais diversas medidas paliativas para as diferentes doenças e também as consequências de não vacinar a população, através de minicursos e palestras, orientadas por profissionais da saúde especializados. Tal campanha deve ser adotada pelo Ministério da Saúde e, em parceria com as grandes mídias, levada para a população em geral. A fim de que, através da informação plena e sua aplicação, o Brasil e o mundo continuem combatendo as enfermidades e proporcionando melhor qualidade de vida aos cidadãos.