Enviada em: 09/05/2018

Com a evolução tecnológica na área da saúde, esperava-se que as doenças infecciosas transmissíveis como malária, dengue e febre amarela reduzissem sua importância como causa de morbidade e mortalidade das populações. No entanto, no cenário epidemiológico atual, figuram de maneira significativa doenças há décadas controladas, dois fatores são considerados relevantes para este quadro, são eles: urbanização desenfreada e estratégias de prevenção desatualizadas.       Em princípio, é importante ressaltar que como consequência da política desenvolvimentista de Juscelino Kubischek, na década de 50, temos uma grande concentração demográfica nos centros urbanos e um processo de urbanização iniciado. Desse modo, nas décadas subsequentes, com a interiorização da economia, houve um avanço das áreas urbanas sobre áreas vegetais, gerando, com isso, um processo contínuo de desmatamento, desequilíbrio biológico, alterações ambientais e outros fatores que favorecem a mudança de comportamento epidemiológico de doenças antigas anteriormente superadas.       Outrossim, vale pontuar que as campanhas sanitaristas atuais, pautadas nas experiências exitosas de profissionais renomados como Oswaldo Cruz, funcionam para perfis epidemiológicos conhecidos, nos casos de doenças reemergentes, geralmente, ocorrem mudanças nesses perfis o que torna as estratégias desatualizadas e, em alguns casos, ineficientes.       Evidencia-se, portanto, a emergência do combate às doenças antes erradicadas, para tal, faz-se necessário uma articulação entre Ministério do Meio Ambiente e as Secretarias Estaduais de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano a fim de desenvolver planos estratégicos para a expansão urbana, evitando, com isso, o crescimento citadino desenfreado e a invasão de biomas importantes para o controle biológico de vetores, na perspectiva de reduzir a exposição da população a tais vetores e, assim, frear a escalada das doenças reemergentes.