Enviada em: 17/06/2018

A revolta da vacina, no século XX, foi a prova de que a população brasileira estava totalmente desinformada no que tange aos cuidados com a saúde. Apesar da notável melhoria na conscientização popular à cerca desse assunto, nos últimos anos, o Brasil enfrenta a volta de doenças que já tinham sido erradicadas e junto às enfermidades, a urbanização, a ignorância social e a negligência das autoridades também se intensificaram - o que pode retardar ainda mais o combate a esses males.       Em primeira instância, percebe-se que o crescente uso do espaço geográfico para transformar as paisagens naturais em artificiais, conforme mencionou Milton Santos, é uma das principais causas do reaparecimento de tantas doenças. Prova disso foi o desastre de Mariana, o qual, segundo a Fundação Oswaldo Cruz, possui fortes ligações com o reaparecimento da febre amarela no país, pois degradar a natureza tem levado o homem para mais perto de doenças que antes só existiam nas matas. Logo, é notável que essas ações antrópicas têm sido não apenas prejudiciais, como também inconsequentes.      Destaca-se, ainda, a displicência governamental no que tange o direito a uma saúde de qualidade  como um impulsionador do problema, visto que a nação se encontra muito longe do ideal de um governo que visa o bem comum, como pensava Aristóteles. Os dados de uma pesquisa publicada pela Universidade de São Paulo confirmam essa negligência ao revelar que a maioria dos brasileiros não são contemplados com o acesso ao saneamento básico, vacinação, orientação médica, atendimento hospitalar e muitos outros recursos essenciais para banir de vez certas doenças da nação.      Segundo Paulo Freire, não há como lutar por uma transformação social sem que a educação esteja envolvida nisso. Entretanto, observa-se que o povo brasileiro ainda é assolado pelo caos da ignorância, principalmente no que se refere aos mitos sobre a saúde, em cujos efeitos inclui-se a volta de doenças que pareciam ter sido combatidas. Prova disso são os movimentos antivacinação, os quais possuem relação direta ou indireta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, com os milhões de óbitos anuais e a disseminação de enfermidades que poderiam ser evitadas com a vacinação.      Tendo em vista os fatos elencados, é essencial que o problema da permanência de certas doenças seja amenizado não apenas pelo trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde com suas orientações e entregas de folhetos, como também por todos os meios de comunicação ao promoverem campanhas, ficções engajadas e orientações onlines com especialistas, objetivando comover a sociedade em relação aos efeitos negativos da degradação ambiental para a volta de epidemias, alertando o povo sobre os meios de reivindicar o mau uso da natureza e seu direito a saúde e esclarecendo o perigo dos movimentos que amedrontam as pessoas no que tange os meios de prevenção e cura de doenças.