Enviada em: 18/06/2018

No contexto social vigente, Minotauro - personagem da mitologia grega - é uma criatura com cabeça de touro e corpo humano que habitava a ilha de Creta. Todos os anos lhe era enviado quatorze jovens, sendo eles homem e mulheres, para que sua fome fosse saciada. Análogo ao mito, a população brasileira tristemente enfrenta as mesmas batalhas periódicas, contudo, o enfoque se volta a doenças que acreditava-se que já estariam erradicadas. Logo, o reaparecimento de patologias anteriormente findadas não trata-se de uma problemática causada apenas pelo descaso governamental, mas também à negligência da sociedade.  Nesse sentido, é elementar que se leve em consideração que em uma sociedade democrática de direito, assim como afirmava o filósofo São Tomás de Aquino, todos os indivíduos possuem a mesma importância diante do Estado. No entanto, esse pensamento encontra-se deturpado na realidade nacional, visto que há milhares de famílias expostas à deficiente infraestrutura e falta de saneamento básico em seus bairros. Dessa forma, escrachando o descaso federal que marginaliza parte de sua população, deixando-a vulnerável a doenças que já haviam sido controladas, dado que, com sua triste realidade insalubre, há o reaparecimento do foco de diversas doenças, sendo uma delas: a dengue.  Soma-se a isto também que, apesar de haver recursos, mesmo que diminutos, para a distribuição de vacinas à população, parcelas da mesma negligência dosagens e em um ato egoísta, optam por não tomar as vacinas. Assim, tem-se essa atitude indo de encontro ao pensamento apresentado por Hans Jonas, dado que o autor ditava que as ações realizadas pela sociedade deveriam agir de maneira a salvaguardar as próximas gerações. Desse modo, tal ato egoísta expõe ainda mais a população brasileira a núcleos de doenças que poderiam não mais açoitá-las, isto posto, deixa-se um rastro de vulnerabilidade não só na geração que realiza tal opção, mas também nas futuras.  Diante de tal problemática, cabe a três agentes a solução efetiva: O governo, aos órgãos municipais de cada estado e o Ministério da Educação (MEC). Ao Estado, em ação conjunta aos órgão municipais, deve realizar um estudo das áreas vulneráveis de cada cidade brasileira, posterior a isso, dar início ao processo de reestruturação do saneamento básico dessas áreas com investimentos remanejados do Produto Interno Bruto nacional. Além disso, o MEC deve elaborar projetos que envolvam atividades lúdicas, palestras e apresentações artísticas - uma vez que ações culturais possuem grande poder transformador - a respeito de todas as patologias e suas profilaxias, que serão aplicadas, tanto em escolas públicas quanto em redes privadas do país. Desse modo, será possível superar a negativa reemergência de patologias erradicadas.