Enviada em: 21/06/2018

Segundo a observação do sociólogo Thomas Hobbes, o indivíduo necessita da instituição do Estado para que o mesmo garanta amparo dentro de uma sociedade. Todavia, hodiernamente, percebe-se que o Estado não assegura amparo na esfera da saúde pública, uma vez que doenças consideradas extintas retornam ao Brasil.    Primeiramente, cabe pontuar que a urbanização anômala brasileira, caracterizada pelo intenso processo de implementação de favelas nas cidades, é a origem da problemática do reaparecimento de doenças erradicadas. Comprova-se isso, pelo fato de que as favelas são os pontos de concentração de todos os problemas condicionados às populações carentes: a falta de saneamento básico, saúde pública e o acesso garantido à educação. Diante disso, pode-se estabelecer uma relação de indireta proporcionalidade entre o processo de favelização e o ressurgimento de doenças extintas, de modo que o índice de patologia de uma região aumenta à medida que a qualidade de vida dessa região diminui.    Ademais, convém frisar que não existem ações governamentais simultaneamente eficazes e preventivas direcionadas às regiões que possuem a maior incidência de doenças, isto é, as periferias e favelas. Uma prova disso está na segregação social brasileira, a qual separa a população em dois grupos: as classes altas, que vivem nas regiões centrais e usufruem dos privilégios oriundos de uma região que é zelada por investimentos estatais, enquanto, as classes baixas estão localizadas nas periferias e tornam-se isoladas à proporção que são unicamente subordinadas à precária saúde pública brasileira. Desse modo, nota-se que as regiões que possuem a maior ocorrência de doenças são justamente as menos amparadas pelo governo, assim como são as que tendenciam a consolidação do retorno das antigas enfermidades brasileiras.    Portanto, com a finalidade de que o Estado garanta amparo social em relação ao ressurgimento de doenças erradicadas, medidas devem ser tomadas. Inicialmente, o governo precisa criar uma parceria público-privada com uma empresa que ofereça serviços de construção, assim como de saneamento básico, com o intuito de oferecer às populações carentes uma moradia periférica de qualidade e de custo acessível. Posteriormente, o Ministério da Saúde deve implementar campanhas mensais de profilaxia em todas as regiões municipais, mas, com o enfoque nas localidades periféricas, as quais são comumente desprovidas de saneamento básico e infraestrutura, isto é, zonas com maiores chances de epidemia de enfermidades. Por fim, a problemática será atenuada devido a maior intervenção do Estado, como analisou Hobbes.