Enviada em: 30/06/2018

É indubitável que a reemergência de doenças já erradicadas é um impasse da modernidade em escala global. No contexto brasileiro, o direito à Saúde é responsabilidade do Estado e garantido pela constituição de 1988. No entanto, ainda encontram-se falhas no que tange ao exercício factual dessa regalia, denotando-se assim, a defasagem das medidas públicas no espectro social facilitando o ressurgimento dessas doenças.     A Revolta da Vacina no limiar do século XX, ocorreu principalmente pela desinformação da sociedade carioca da época, que relutava à vacinação por desconhecer seus benefícios, o que dificultou a erradicação das doenças urbanas do período supracitado. Analogamente, ainda existem camadas marginalizadas no cenário brasileiro que não possuem acesso aos postos de vacinação e dessabem suas vantagens. Isso, atrelado a falta de saneamento básico de várias cidades, contribui para o agravamento da situação e à dificuldade de extinguir, por fim, as doenças.   Segundo John Knowles “A saúde do ser humano é determinada pelo seu comportamento, sua alimentação e condições do ambiente”. Dessa forma, é possível afirmar que as condições do ambiente brasileiro para o desenvolvimento pleno da saúde são falhas. Em síntese, isso ocorre devido à ausência de incentivos financeiros à comunidade científica nacional, que sem verbas para o desenvolvimento de pesquisas, nada pode fazer para produzir vacinas e descobrir meios de resistência às mutações que os agentes patológicos presentes no Brasil – como dengue e febre amarela – constantemente adquirem.   Logo, evidencia-se a necessidade de mudanças na conjuntura fatual. O Ministério das Cidades em parceria com as Secretárias de Saúde municipais, devem promover saneamento básico nos locais que carecem do mesmo, para que haja tratamento correto do lixo e garantia da limpeza urbana constante, evitando assim, a proliferação dos agentes transmissores de doenças citadinas. Não obstante, o poder público deve destinar recursos à comunidade científica brasileira e aos institutos de pesquisa sobre doenças já existentes, para que se torne viável o desenvolvimento de vacinas e estudos que poderão ter seu acesso massificado à população e dessa forma efetivar, enfim, a garantia de saúde pública prometida pela constituição de 1988.