Enviada em: 02/07/2018

A Peste Negra é uma pandemia que dizimou um terço da população europeia no século XIV e, ainda hoje, há registros de mortes em função desta em regiões endêmicas, uma vez que a bactéria responsável pela doença nunca foi extinta. No Brasil, o reaparecimento de doenças erradicadas é uma questão latente e, embora grande parte dessas possa ser prevenida, a população ainda não compreende a importância da vacinação.          Tal afirmação pode ser constatada por meio da análise de dados nacionais recentes. O sarampo, por exemplo, foi considerado extinto há cerca de quinze anos, no entanto, no ano de 2015 registrou-se mais de 161 casos dentro de um período de seis meses. Essa incidência poderia ter sido evitada, visto que tanto a vacina Tríplice Viral quanto a Tetravalente bloqueiam o vírus e estão disponíveis nas redes pública e privada. No entanto, o crescimento do movimento antivacinação constitui um obstáculo para a erradicação efetiva de doenças, pois, segundo a  Organização Mundial de Saúde (OMS), um quinto das crianças não são vacinadas e, graças a isso, cerca de um milhão e meio morrem todos os anos.        Ainda que a onda antivacina tenha ganhado notoriedade a partir de 1998, o Brasil experimentou algo similar no passado. Em 1904 ocorreu, no estado do Rio de Janeiro, a Revolta da Vacina. Uma rebelião popular ocasionada pela imposição da vacinação obrigatória contra a varíola para todos os brasileiros com mais de seis meses de idade. E, apesar do grande conflito gerado pela falta de informação oferecida à população, que não acreditava na eficácia da imunização, a varíola tornou-se a primeira doença erradicada mundialmente.        Posto isso, é imprescindível que o Ministério da Saúde torne obrigatória por lei a vacinação, pois, por tratar-se de uma medida em prol da saúde pública, transcende a esfera individual e arbitrária. Além disso, é preciso que todas as vacinas sejam disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e contemplem toda a população, garantindo um serviço democrático. Em paralelo, deve haver uma campanha de conscientização acerca da relevância da vacinação, esta será realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e veiculada nas emissoras televisivas de rede aberta e mídias sociais.