Enviada em: 11/07/2018

Em conformidade ao sociólogo Bauman, a contemporaneidade se permeia por um mosaico fluido que interconecta as relações políticas e socioeconômicas. Em contrapartida, tal modernidade líquida sistematiza sua própria autossabotagem, ao passo que irracionaliza a verdade devido à manipulação dos fatos e ações sociais; o que se traduz no reaparecimento de doenças erradicadas, como a sífilis, sarampo e a febre amarela. Logo, evidencia-se uma falibilidade na gerência da saúde pública mundial; seja pela inércia estatal, seja pela incongruência mental do meio, o que urge ser combatido através da difusão informacional, bem como da alteração da mentalidade coletiva. A princípio, uma das enfermidades que voltou a se manifestar, nos últimos anos, foi a sífilis. Entretanto, como tal é uma infecção sexualmente transmissível, pode ser prevenida pela utilização de preservativos - o que configura um impasse, visto que, em oposição à "liquidez" existente, apesar de haver uma ampla e gratuita distribuição desse artifício no meio civil, grande parcela social ainda não usufrui do acesso e orientação relacionados à pratica do sexo seguro (devido, principalmente, à estigmatização das disparidades socioeconômicas). Além disso, a sífilis é letal e causada por uma bactéria e é tratada por meio da penicilina, a qual, embora descoberta durante a revolução tecnológica na Segunda Guerra Mundial, encontra-se escassa no mercado farmacêutico, de modo a também configurar a falência no empreendedorismo à saúde. Segundo Durkheim, a humanidade se alicerça e se estagna sobre si mesma (inércia geral): panorama de um fato social, de teor exterior, coercitivo e general. Outrossim, no Brasil, a reincidência epidêmica possui, como agravantes,o conformismo e a resistência populacional diante da mobilização a favor do combate às doenças ressurgentes - o que é um fato arraigado desde a repressão republicana e remete à Revolta da Vacina - assim como o neglicenciamento da segurança humana e ambiental, expressado por imigrações ilegais e aquecimento global, fatores contribuintes no reaparecimento das enfermidades. Por fim, destaca-se a deturpação democrática governamental e  passividade civil - o comodismo durkheimiano - como os principais desafios na erradicação dessas doenças no globo. Portanto, incumbe-se o Ministério da Saúde, a partir de projeções sob a OMS, em parcerias políticas público-privadas, de verticalizar a qualificação profissional e científica no confronto à problemática - através de maiores investimentos na saúde coletiva, como também, de convergir impostos a tal setor e subsídios aos marginalizados em prol do seu acesso. Ademais, a ordem governamental na concretização do direito cidadão à saúde e informação, pelo meio midiático, como redes sociais e televisivas - devido ao seu amplo alcance - na gestão da orientação acerca da prevenção e riscos de doenças epidêmicas.