Enviada em: 19/07/2018

Durante a Revolta da Vacina – início do século XX – a população carioca manifestou-se contra a obrigatoriedade da imunização artificial de doenças que estavam alastrando os habitantes da cidade. Nesse contexto, não obstante os avanços medicinais com o passar das décadas, recentemente nota-se o resurgirmento de doenças já combatidas no país, haja vista o prolongamento da crise venezuelana que se projeta no Brasil, bem como a baixa cobertura vacinal do governo.       Em primeiro lugar, a crise política e econômica na Venezuela desencadeou a migração de significativos contingentes populacionais para o norte do Brasil. Nesse sentido, a Venezuela passa por um surto de doenças como sarampo e poliomielite, e, os refugiados, ao ultrapassarem as fronteiras acabam trazendo consigo e espalhando os vírus nessas regiões. O governo brasileiro, o qual deveria destinar recursos para a melhoria da saúde pública nas áreas afetadas, afirma que o controles dessas doenças não é prioridade para as verbas estatais. Assim, por conta da negligencia governamental, são feitas várias vítimas de doenças facilmente curáveis.        Junto a isso, é perceptível que a cobertura vacinal tem diminuído significativamente ao passar dos anos. Nessa ótica, as grandes campanhas de vacinação, as quais eram acompanhadas de carros sonoros nas ruas municipais, cartazes nas escolas e visitas periódicas dos agentes de saúde nas residências, não são mais vistas. Consequentemente, os pais deixam de vacinar seus filhos por conta da falta de esclarecimento, incentivo e conscientização acerca da importância da vacinação. Logo, analogamente ao episódio ocorrido em 1904 no Rio de Janeiro, a população atual deixa de se imunizar por causa da falta de atenção do Estado em estimular a informação.         Urge, portanto, a intervenção do Governo Federal para frear a volta dessas patologias. A princípio, o Ministério da Saúde deve promover uma campanha nacional para a vacinação de públicos-alvo – crianças, gestantes e idosos – contra doenças recorrentes como o sarampo, a febre amarela e a poliomielite, as quais já estavam erradicadas no país. Essa campanha precisa vir acompanhada não só do objetivo informacional, mas também da fiscalização feita através dos agentes de saúde de cada cidade, os quais tem de visitar todas as residências anualmente. Desse modo, essa medida não só visa a diminuição das vítimas como também fomenta o esclarecimento da população brasileira.