Platão, filósofo grego, afirmou, através do Mito da Caverna, que a realidade na Terra são sombras, defendendo a investigação filosófica na apreensão da realidade. No entanto, quando se observa as consequências do uso crescente de agrotóxicos, no Brasil, hodiernamente verifica-se que alguns temas ainda reforçam essa ideia e a problemática persiste intrínseca à realidade do país. Nesse contexto, deve-se adotar políticas mais restritivas ao uso de pesticidas na agricultura visando a saúde e o bem estar social. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com o filósofo grego, Aristóteles, a política por meio da justiça, deve trazer equilíbrio na sociedade. Logo, a bancada Ruralista brasileira por interesses econômicos, alteram as leis restringentes ao uso de agrotóxicos em prol de benefícios próprios liberando seu uso em maior quantidade, sobretudo, negligenciando questões de saúde pública e ferindo os princípios da declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada em 1948 pela ONU. Ademais, estudos realizados pela EMBRAPA entre 2002 a 2014 constatou que o consumo de agrotóxicos dobrou no país, aumentando consideravelmente os casos de doenças decorrentes por intoxicação destes pesticidas, afetando a saúde de diversas classes sociais, haja vista que os mais afetados são os agricultores, com elevação nos índices de câncer de pulmão. Além disso, acidentes ambientais também são consequência desse uso, de maneira que acaba poluindo rios, lagos e lençóis freáticos, impossibilitando o consumo de água naquele local e também, destruindo seus respectivos biomas. É evidente, portanto, que ainda há entraves para a solidificação de políticas que visem a diminuição de agrotóxicos, no Brasil. Destarte, o governo deve vetar as leis elaboradas pela bancada Ruralista que aumenta o uso de pesticidas nas lavouras do país, através de MP (Medidas Provisórias), proibindo qualquer manobra política em relação a esse assunto. Além do mais, deve endurecer as leis referente ao uso indiscriminado desses praguicidas, aumentando os subsídios para desestimular a aplicação desses defensivos, de maneira que possa estimular um mais plantio de alimentos mais saudáveis como os orgânicos, por exemplo. Dessa forma, melhorando a saúde e o bem estar social, para que a sociedade não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.