Enviada em: 08/08/2018

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, disse em sua obra “memórias Póstumas”, não ter tido filhos pois não queria passar o legado de sua miséria. Levando isso em conta, pode-se afirmar acertada a posição do autor pois, em relação ao uso de agrotóxicos no brasil e no mundo, as consequências negativas passadas durante as gerações crescem assustadoramente e nada se tem feito para conter essa mazela. Isso deve-se, principalmente, ao crescimento a todo custo da produção de alimentos e a ineficácia das leis Brasileiras para controlar o uso dessas substâncias.  Em primeiro lugar, o crescente consumo de agrotóxicos na produção de alimentos é visto como “necessário”. Muitos desses apoiadores argumentam que o seu uso é para acabar com as pragas e aumentar o rendimento da lavoura. No entanto, infelizmente, essa utilização desenfreada traz consequências nefastas para a população e para o meio ambiente, como mostram os dados do ministério da saúde, que entre 1999 e 2012, o Brasil teve 114.598 registros de intoxicações causadas pelos agrotóxicos. Estes dados põem em dúvida a necessidade da utilização destes produtos tanto no Brasil como no mundo.  Em segundo lugar, as Leis Brasileiras funcionam como catalizador em uma reação química, ou seja, facilitando a formação dos produtos, no caso, o uso dos agrotóxicos. Isso é notado quando se observa que as leis pouco contêm a utilização desses agentes tóxicos, barrando poucos e abrindo a porta para muitos outros. Por consequência disso, o brasil ocupa a 3° posição no ranking de consumo desses Agentes químicos. E, lamentavelmente, muitas pessoas e a natureza pagam o preço dessa reação química.  Depreende-se, portanto, que muitas são as barreiras a serem quebradas para reverter o caso debatido. Para isso, os três poderes devem criar uma lei que regule quais agrotóxicos podem ser usados e as quantidades deles que não afetem a população e o meio ambiente. Ademais, o ministério da Educação com o auxílio da mídia deve criar a Campanha de “olho no agrotóxico”, que deve realizar discussões e debates nas escolas e nas comunidades semestralmente evidenciando a ação desses no meio ambiente e na população e realizando estudos para selecionar outros substitutos para os agrotóxicos que sejam menos agressivos para o meio ambiente. Assim, futuramente os impactos dos agrotóxicos podem ser reduzidos e o mundo pode ir “de mãos dadas”, como anunciou Drummond, rumo a uma sociedade que Brás Cubas possa ter orgulho em ter um descendente.