Enviada em: 15/08/2018

O veneno que consumimos       Os agrotóxicos são usados em larga escala no Brasil e no mundo, principalmente na agricultura de alto rendimento. Os chamados defensivos são importantes para o controle de pragas e precisam ser utilizados enquanto inexistem alternativas naturais eficientes. Entretanto, se faz necessário um efetivo controle da espécie de produto e quantidade aplicada nas culturas consumidas pela população, assim como é vital a proteção do homem que manipula tais substâncias de tamanha toxidade.        Não parece ser lenda a notícia de que determinado agricultor não consome o tomate que planta, pois conhece a quantidade de agrotóxico utilizado para a manutenção da beleza do fruto. O tomate, o morango e o alface são exemplos de culturas agrícolas que dependem de um controle efetivo de pestes por meio químico. Ocorre que se não houver uma fiscalização efetiva, corremos o risco de ingerir substâncias nocivas com prejuízo à saúde. E não se trata somente do controle do que é vendido no comércio nacional, pois é forte o contrabando de agrotóxicos provenientes do Paraguai e da China. A União Européia tem legislação rígida quanto ao uso de agrotóxico, inclusive em relação a produtos que importa. O Brasil precisa seguir esse exemplo.       Noutra quadra, temos no trabalhador rural a primeira vítima das pesadas substâncias químicas presentes nos defensivos. O manuseio inadequado pela falta de conhecimento ou a exposição direta por necessidade do serviço, facilita a contaminação de trabalhadores que tem como consequência doenças que vão desde o câncer até psicopatologias graves, tendo em vista substâncias que agem no sistema nervoso.       O governo por parte da Anvisa (Vigilância Sanitária) deve regular com normas claras e rígidas, tanto o uso quanto os critérios de manuseio de agrotóxicos e descarte de recipientes. O Ministério Público do Trabalho deve fiscalizar e punir empresários que submetem seus empregados à exposição irregular. Cabe à polícia o combate ao contrabando.