Enviada em: 21/08/2018

Agrotóxicos, apenas o nome já causa um certo receio e desconforto, afinal, quem gosta de consumir algo cujo o próprio nome já o identifica como algo nocivo? Apesar de sua eficiência no combate à doenças e pragas, os agrotóxicos se encontram como a terceira maior causa de intoxicação em seres humanos no país, segundo uma das mais conceituadas universidades brasileiras, a Universidade de Campinas.  Ultimamente, os produtos orgânicos vêm ganhando cada vez mais destaque no cenário mundial, países como a Dinamarca já possuem aproximadamente 14% de sua produção completamente sem uso dos "defensores agrícola", evidenciado na matéria da Folha de São Paulo.  Em contrapartida, o Brasil parece estar regredindo, o Ministério da Agricultura, neste ano, tentou viabilizar um novo projeto de Lei, conhecida como a PL do Veneno, que tem por intenção facilitar o uso dos agrotóxicos, cujos riscos à saúde e meio ambiente seriam avaliados pelo próprio Ministério, sem a consulta e análise prévia da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária e do Ibama, como ocorre hoje em dia.      No 3° país que mais consome agrotóxicos no mundo, aumentar seu uso não pode trazer qualquer benefício que supere seus prejuízos ambientais e ao bem-estar da população. Entre 1999 e 2012, mais de 2 mil pessoas morreram em decorrência de intoxicação por agrotóxicos, pelos grandes riscos que os eles trazem, os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, além de outros órgãos públicos, ONG's e até mesmo a própria Organização das Nações Unidas se pronunciaram em oposição à PL.      É imprescindível que o Ministério da Agricultura reveja sua posição em relação à liberação do uso de agrotóxicos, e que, os diversos órgão públicos, em particular os Ministérios da Saúde, Educação e do Meio Ambiente, se juntem em campanhas de conscientização, com palestras e aulas demonstrativas, em escolas e postos de saúde, acerca dos riscos, dos agrotóxicos, das diferenças entre produtos que fazem uso destes e os orgânicos, para que cada indivíduo da sociedade possa fazer sua escolha. A mídia também exerce forte influência e possui um amplo alcance, e abrir espaço para este tipo de discussão é um fator essencial, seja pela melhor integração dos órgãos e Ministérios e maior divulgação sobre o tema nas redes sociais, e outras mídias, a informação deve chegar à todas as parcelas da população brasileira que diariamente consomem produtos sem qualquer informação sobre sua origem e composição.