Enviada em: 24/07/2019

O uso de animais para aquisição de conhecimento científico vem acompanhando o desenvolvimento da ciência desde a Grécia antiga. Entretanto, a utilização abusiva dos animais por muitos representantes da comunidade científica vem motivando discussões de caráter ético e científico, envolvendo profissionais oriundos da área biomédica e afins, assim como da filosofia moral, que buscam garantir ações eticamente adequadas para com esses seres sensientes e estabelecer limites para essa utilização.   Os métodos alternativos apresentam vantagens como o custo menor. Segundo Octávio Presgrave, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e coordenador da Comissão de Alternativas do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (Cobea), estima-se que o método alternativo, em média, custe cerca de 30% do valor da pesquisa em animais. Dessarte, outra vantagem é a economia de espaço. "Para se criar e manter animais, é necessária toda uma estrutura de biotério, como estantes, caixas, alimentação, controle de ambiente etc", explica o pesquisador. As desvantagens são poucas, mas especialistas apontam que, em alguns casos, a falta de interação de uma substância teste com um organismo vivo pode atrapalhar os resultados. "Mas, neste caso, o avanço do conhecimento científico vai acabar eliminando esse fator", diz Presgrave.     A ética amplia a compreensão dos procedimentos científicos em razão das atrocidades e abusos decorrentes da utilização de seres vivos no âmbito experimental. Nesse sentido, surge a necessidade de construção de conhecimentos sobre a experimentação animal, permeando informações que permitam compreender as implicações éticas do uso de animais em pesquisas.  Dadas as atrocidades cometidas na prática experimental animal, muitas vezes devido a interesses individuais e econômicos nos quais a vida de outro ser é tratada como instrumento a ser descartado sobre qualquer circunstância, torna-se imprescindível compreender a experimentação animal como um fenômeno sintomático do desequilíbrio entre natureza e humanidade.     Em suma, É inegável que muitos avanços no conhecimento foram obtidos com o uso de animais, contudo é importante refletir até que instante esses procedimentos são éticos e se justificam, de forma que os comitês e a legislação sejam utilizados de forma humanitária, visando à diminuição da dor e do sofrimento. Diante das pesquisas, percebese que programas computacionais ainda estão em fase de implantação e, que a substituição total do uso de animais não é possível, porém, iniciativas estão sendo tomadas e os resultados obtidos sugestionam que se pode construir uma ciência mais ética.