Enviada em: 18/08/2019

No período Neolítico, o ser humano passou pela sedentarização e, decorrente disso, passou a praticar a pecuária como uma forma de obter alimentos. Nos dias atuais, esse cenário de utilização de animais em prol das necessidades humanas não sofreu alterações; são usados como cobaias para a descoberta de vacinas, medicamentos e kit de diagnósticos, por exemplo. O problema é que o uso desses animais, muitas vezes, resulta em transtornos psicológicos-por parte dos animais-causados pelos maus-tratos, expondo a crueldade que algumas instituições de pesquisa tratam esses cobaias. A questão é: até que momento esses animais são necessários para essas pesquisas e como podem ser substituídos?  À priori, é necessário destacar que ainda não existe alternativas válidas a todos os estudos que precisam ser realizados com cobaias, como por exemplo o comportamento de doenças como a AIDs. Isso porque, por mais que a tecnologia tem evoluído, não conseguimos descobrir técnicas alternativas que consigam imitar toda a complexidade dos sistemas humanos. Entretanto, para pesquisas voltadas a cosméticos e vestes, por exemplo, os cobaias podem ser substituídos por cultivação de células in vitro em laboratórios, a partir de tecidos humanos ou animais. Tal ato resultaria na redução do número de animais em pesquisas, dando ainda maior qualidade e expectativa de vida a esses.  Além disso, não é novidade os maus-tratos sofridos por animais em algumas instituições de pesquisa. Tal fato demonstra a falta de denúncia e inspeção por parte de um Estatuto do Animal-cujo ainda é inexistente no Brasil-para cobrar que a lei Arouca, a qual regulamenta o uso desses cobaias em pesquisas, seja cumprida veementemente. Ainda nesse viés, vale salientar que, enquanto não for criado um Estatuto do Animal funcional, a crueldade em empresas sem fiscalização continuará a existir, como é o caso do Instituto Royal, em São Paulo, acusado de maus-tratos realizados com cachorros.  Por conseguinte, nota-se a necessidade de caminhar para a abolição do uso de animais em pesquisas científicas. Naturalmente, para isso, é preciso que haja avanços tecnológicos que permitam técnicas alternativas para a investigação de curas e comportamentos de doenças, assim como para pesquisas de cosméticos; para esse fim, é necessário que o Ministério da ciência, tecnologia, inovações e comunicações(MCTIC), invista no desenvolvimento de cultivação celular in vitro, para chegar a um patamar que reproduza, mais fielmente, o comportamento dos órgãos e sistemas dos seres vivos. Logo, além de ocorrer a substituição desses animais, os quais não sofrerão nenhum dano à saúde, ainda ocorrerá o desenvolvimento do Brasil, levando-o em ritmo ascendente a se tornar um país desenvolvido.