Enviada em: 24/08/2019

Desde a criação do conceito Bioética, a humanidade avançou a passos rápidos na ciência, contornando problemas éticos e morais. Porém, na produção de novos produtos de consumo humano, alguns são testados em animais, passo antecedente à aplicação humana, para garantir segurança. Essa exigência de teste desencadeia um processo que põe em cheque o papel da bioética ao regulamentar praticas cruéis, e a ciência por utilizar-se de suas ferramentas em prol do desenvolvimento per se       A cadeia  mercadológica de produção para o mercado da saúde e alimentação cresce em paralelo à humanidade, visto que se retroalimenta da demanda humana cada vez mais complexa e interdepende das ferramentas científicas para a devida aplicação do bem de consumo em organismos vivos. Para o funcionamento desse sistema, sob a égide da bioética, são exigidos padrões rígidos metodológicos com o intuito de não oferecer risco ao organismo no processo de testagem. Porém, a prova que os testes em animais continuam cruéis e invisíveis no Brasil foi a invasão ao Instituto Royal em 2013, que libertou cães, revelando as práticas de maltrato em seus corpos à sociedade que se beneficia.       Já no que concerne à Bioética, a legislação se mantém inalterada quando se trata de regulamentação de procedimentos: Desde 2007, os métodos que permitem o uso de vários organismos no processo de testagem, altamente criticados pela comunidade acadêmica ao se apoiarem em máximas capitalistas de interesse exploratório, mantêm-se em vigor. Concomitantemente, por deixar desatualizadas as ferramentas reguladoras, a ciência torna-se cúmplice da exploração animal.        Em síntese, ainda que se tenha legislação específica e órgãos regulamentadores, no Brasil ainda há provas de crueldade na ciência quanto ao uso de animais. Assim, torna-se urgente o engajamento de produtores de ciência e legisladores, por meio de reuniões públicas, a fim de conciliar a necessidade do mercado  produtor e a demanda científica, tendo em mente que a saúde animal não é bem de consumo humano.