Enviada em: 12/04/2019

A segunda onda feminista (1960-1980) focava a sexualidade, a família, o local de trabalho e os direitos reprodutivos, em busca da liberdade corporal. Contudo, depois de conquistados esses direitos, algumas mudanças se tornaram uma armadilha para esse público, pois a liberdade sexual levou à disseminação da pornografia e à objetificação feminina na indústria, em especial nas campanhas publicitárias. Diante disso, avalia-se que essa problemática é fruto do patriarcado histórico e cultural.       Mormente, analisa-se que, desde os primórdios da civilização, a mulher foi tratada como objeto de satisfação aos homens, devendo-lhes submissão, além de terem o dever legal de manter relações sexuais com seus respectivos maridos, o que pode ser ratificado ao observar-se que somente com a Constituição Federal de 1988 que a mulher foi considerada igual ao homem. Em face a isso, fica claro que antes da disseminação da publicidade, o público feminino já era vítima de discriminação e marginalização pela sociedade machista, tendo seus direitos básicos renegados pela justiça, o que pode ser definido como um cenário desumano e deplorável, passível de vergonha para a história mundial. Logo, são necessárias medidas que quebrem esse paradigma com urgência.       Outrossim, é importante ressaltar que, de acordo com a socióloga Sylvia Walby, a sexualidade é um dos principais campos em que os homens exercem dominação sobre as mulheres, em que eles impõem seus ideais de feminilidade e desenvolvem práticas sexuais focadas nas noções masculinas de desejo, expandindo esse pensamento ao campo cultural por meio de uma representação da mulher dentro de uma ótica patriarcal. Tal fato pode ser corroborado nas campanhas publicitárias em que a venda de um produto está acompanhada de uma imagem extremamente sexualizada desse público subjugado, fazendo deles o foco da fantasia e desejo masculino. Portanto, está evidente que essa  publicidade as desumaniza e reduz a meros objetos de prazer, além de privá-las de seus próprios desejos e anseios enquanto pessoas.       Destarte, é notório que o patriarcado é fator determinante na objetificação da mulher na indústria e que ele deve ser combatido. A princípio, as escolas devem quebrar o ideal de submissão e objetificação da mulher, por meio de debates e palestras nas aulas de ciências humanas, para que a dominação masculina seja dissolvido da mente dos meninos e meninas, pois assim, eles serão ensinados a tratarem-nas como pessoas livres e independentes e elas desmitificarão a ideia de que devem agradar os homens. Ademais, as mulheres em geral devem denunciar as campanhas insultantes por meio de abaixo-assinados nas redes sociais e boicote ao consumo de tais produtos, para que a indústria se veja obrigada a mudar sua publicidade e, assim, tratá-las com respeito e dignidade.