Enviada em: 01/06/2017

A objetificação da mulher na publicidade é um grande problema. Nesse contexto, percebe-se que as mídias são, muitas vezes, ambientes de violência simbólica de gênero. Outrossim, nota-se que esse tipo de violação diz respeito as representações de masculino e feminino, fundamentadas, sobretudo, em ideias patriarcais. Nesse sentido, deve-se fomentar esse debate nas esferas públicas visando combater tal mazela.        Em primeiro lugar, historicamente, a lógica machista tende a não individualizar a mulher. Nessa perspectiva, em um panorama histórico, cabe citar o caso de Sarah Baartman, " A Vênus Hotentote", que durante o final do século XVIII e início do século XIX, na Europa, foi posta em uma condição de atração circense, assim como, animalizada e hipersexualizada. Hoje, observa-se, maiormente, em propagandas de bebidas alcoólicas, a existência de conceitos que reduzem o gênero feminino "ao sexy, gostoso e submisso". Tal realidade revela que essa classe, ainda, representa um objeto de bel gozo masculino, sem levar em consideração as singularidades que compõem a paisagem subjetiva de cada mulher; afinal, elas são mais que um corpo bonito.        Em segundo lugar, a banalidade desse setor, na maioria das vezes, causa constrangimentos morais. Nesse sentido, por força da ordem patriarcal que caracteriza a nossa sociedade são comuns as piadas, canções, comerciais, que estimulam a construção do "objeto mulher", que na lógica machista, é passível de uma violação falseada por um ideal de cantada. Logo, esses gestos demarcam uma cultura perpassada pela desigualdade de gênero e estímulo à violência.       Para resolução desse embate, portanto, medidas devem ser tomadas. Para tal, o Ministério da Educação deve criar um programa de educação de gênero, visando formar cidadãos mais conscientes acerca das violências e desigualdades de gênero. É importante, ainda, estender a Lei Maria da Penha para fiscalização de propagandas que fomentam, sutilmente, agressões e/ou causem constrangimentos às mulheres.