Enviada em: 07/09/2017

Ainda diante das transformações do século XXI, o sexismo continua presente na sociedade em geral. Consequentemente, a vinculação de propagandas associadas à inferiorização da mulher tem muita visibilidade pública na atual conjuntura do país. Por isso, o uso do corpo feminino em detrimento do mercado de consumo corrobora na objetificação da mulher na publicidade. Logo, posto que a persistência da misoginia está diretamente relacionada à venda de produtos, os meios de comunicação propagam a visão da mulher reduzida a mercadoria no mundo hodierno.        Decorrente da historicidade patriarcal e hierárquica do Brasil, é comum a manifestação de valores e condutas a favor da cultura sexista. Dessa forma, a tática de estímulo ao consumo por meio da objetificação da mulher é oriunda dessa ideologia. Assim, uma vez que toda a dinâmica social é subalterna a esses costumes, torna-se frequente e aceita a vinculação de textos imagéticos ou verbais que distorcem o papel da mulher na sociedade.        Para além dessa inferiorização das mulheres, a publicidade, nesse contexto, estimula a violência contra elas. À vista disso, os meios de comunicação intensificam a cultura do estupro, assim como os ataques físicos ou verbais às mulheres. Ademais, as propagandas aderem a padronização do comportamento feminino, de forma que afetam a liberdade de gênero. Por fim, "a televisão é um formidável instrumento da manutenção da ordem simbólica", como afirma Pierre Bourdieu.       Portanto, com o intuito de eliminar a objetificação da mulher na publicidade, é necessário que o Estado e as escolas contribuam. Para isso, o Governo Federal deve regulamentar as propagandas midiáticas por meio de fiscalizações exercidas pelo poder executivo. A favor dessa medida, faz-se imprescindível a elaboração de multas a serem cobradas dos canais de comunicação que infringirem a norma. Ademais, é efetiva a vinculação de campanhas publicitárias acerca da problemática, além da conscientização por meio de debates promovidos no âmbito escolar.