A publicidade é uma ferramenta mercadológica que visa o lucro através da comunicação. Uma comunicação efetiva tende a utilizar artifícios persuasivos para direcionar o olhar do consumidor ao produto. Um desses artifícios é o poder semiótico de representação, no qual o produto ganha um significado para determinado grupo. Na publicidade, a mulher é usada como recurso persuasivo por via do apelo sexual, utilizado principalmente por cervejarias. Todavia, a publicidade também traz à tona comportamentos que fazem parte do tecido social. A mulher do século XXI, denominada pela semiologista Santaella como mulher híbrida, é o retrato do empoderamento. Contudo, diversas áreas sociais precisam ser trabalhadas. Uma dessas áreas é a publicidade, que ainda associa a sensualidade feminina à produtos que não têm ligação com essas. As empresas que usam em demasia a hiperssexualização são as cervejarias, sobretudo as de conceitos retrógrados e formas antiquadas de fazer publicidade. Essa hiperssexualização é o que tira a individualidade da mulher e a põe como um produto (objeto). Entretanto, deve-se observar também os motivos das publicidades desse gênero ainda fazerem sucesso. Porque, acima de tudo, a publicidade trabalha com público-alvo, e se seu público não é cativado pelo método comunicacional, o produto não vende. A publicidade, nesse momento, é o reflexo da sociedade. É o que mensura seus comportamentos e gostos. Portanto, vê-se nos dias de hoje uma diminuição no uso da mulher como "representação sexy" de um produto. Seja o motivo o medo da multa imposta pelo Conar - no valor a partir de cinco mil reais - ou o medo de represálias, seja por consciência das empresas. Contudo, é dever das agências de publicidade e as empresas que as contratam, uma remissão. Empresas que outrora usavam a mulher como produto, hoje revertem seus conceitos, a exemplo da Skol que apostou em campanhas para desconstruir seus cartazes machistas. E é esse exemplo que deve ser seguido para conseguirmos viver como indivíduos, não como objetos.