O escritor Franz Krafka afirmava que a solidariedade é o sentimento que melhor representa o respeito pela dignidade humana. De fato, o ato de ser solidário, em muitos casos, é essencial para salvar vidas. Exemplo disso é a doação de sangue que, contudo, no Brasil, enfrenta diversos obstáculos, impedindo que seja um ato solidário praticado por uma considerável parte da população. É importante pontuar, de início, que o principal empecilho ao crescimento do número de doadores de sangue é a falta de divulgação acerca do assunto. A escassa disponibilidade de informações nos veículos midiáticos sobre a necessidade de bancos de sangue em abundancia faz com que a população brasileira não tenha consciência da gravidade do problema em questão. Em decorrência disso, quando a demanda por transfusão de sangue se torna maior, principalmente em datas festivas como o Carnaval, em que acidentes são mais frequentes, os hospitais brasileiros enfrentam dificuldades para suprir a necessidade da grande quantidade de sangue em falta. Além disso, as restrições quanto ao perfil dos doadores é outro entrave para o crescimento daqueles que desejam doar sangue no Brasil. Isso se deve porque os homossexuais que mantiveram relações nos últimos 12 meses não podem se tornar doadores,pois constituem o chamado "grupo de risco", visto que concentram o maior número de casos de HIV. Entretanto, essa medida burocrática não é viável, já que existem exames para constatar quaisquer tipos de patologia no sangue doado. Ademais, posto que, segundo dados do IBGE (Indíce Brasileiro de Geografia e Estatística), um terço da população jovem do país é homossexual, essa medida burocrática se torna um empecilho para o acréscimo do número de doadores, já que aumentaria consideravelmente as doações se tal grupo não fosse impedido de se tornar doador. Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de superar os obstáculos que são entraves à doação de sangue no Brasil. Para isso, a fim de conscientizar a população acerca do problema, a mídia tem papel imprescindível na realização de campanhas, através do mais diversos veículos midiáticos, sobre a necessidade do crescimento no numero de doadores de sangue. Além disso, o Governo Federal, deve, por meio de projetos de lei, reformular as restrições quanto a doação por parte de homossexuais, visto que estes constituem boa parte da população e auxiliariam em um aumento significativo de doações. Outrossim, o Governo deve ainda, por meio de incentivos, como isenção de taxas aos doadores em concursos públicos e vestibulares, incentivar a população a se tornar doadora, auxiliando na construção de um país mais solidário e respeitoso à dignidade humana.