Enviada em: 03/07/2018

Na campanha publicitária realizada pela Fundação Hemominas (2017), foi retratada a importância da doação de sangue para que as pessoas continuassem a realizar seus sonhos. Indubitavelmente, os entraves em torno da questão supracitada são inúmeros e de cunho histórico, contribuindo para o baixo índice de doadores em território nacional. Isto posto, os fatores de permeiam esse contexto são a falta de conscientização e os obstáculos na seleção de doadores, dificultando o belo gesto de salvar vidas.       Retroagindo historicamente, cabe ressaltar que os primeiros relatos de transfusões sanguíneas datam da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que as doações eram direcionadas aos soldados com grandes hemorragias. Em consequência disso, os países que se envolveram em grandes guerras ou conflitos relevantes praticam mais atos solidários, como a doação sanguínea ou de órgãos, em detrimento daqueles que não vivenciaram tais fatos. Dessa forma, pode-se afirmar que a dificuldade em praticar tal ação esta enraizada na história do país, fato afirmado por especialistas entrevistados pela BBC News Brasil, em 2017. Sendo assim, a falta de conscientização da sociedade necessita ser trabalhada desde a infância para erradicar o estigma imposto há anos.             Outrossim, vale citar que apenas 1,8% da população brasileira doa sangue, segundo dados do Ministério da Saúde de 2017. Todavia, o índice encontra-se abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que seria de 3% a 5% de sujeitos. Com efeito, destaca-se a seleção rigorosa, porém pertinente, entretanto, discriminatória em alguns aspectos, no que tange a escolha dos candidatos à doação. Para ilustrar tal contexto, cabe salientar que homossexuais com vida sexual ativa não podem fazer a doação sanguínea, colocando-os em uma situação segregadora e humilhante, uma vez que, essa parcela da população pode ser acometida pelas mesmas doenças que os heterossexuais, e estes tem livre acesso ao procedimento. Ademais, todos os componentes sanguíneos passam por um rígido exame de detecção de doenças e compatibilidade antes que o paciente o receba, invalidando a norma imposta pelos hemocentros.           Destarte, é de suma importância que o Ministério da Saúde e da Educação, em parceria com a iniciativa privada, invistam em palestras educativas nas escolas,como a exposição de exemplos lúdicos e histórias reais, com o fito de disseminar a "semente" da conscientização nas crianças e adolescentes, para que os mesmos desenvolvam o senso crítico e solidário da importância em doar sangue e salvar vidas. Além disso, é necessária a revisão das normas de aptidão de doadores pelo Ministério da Saúde, a fim de torná-las menos excludentes, para angariar a maior quantidade de cidadãos possíveis para o objetivo primordial de salvar vidas e permitir a continuação dos sonhos.