Sangue coagulado O sangue sempre foi um bem essencial para a sobrevivência humana, desde os romances de vampiros do século XIX até a idade contemporânea, com as transfusões sanguíneas.Partindo desse pressuposto, a carência da prática da hemoterapia tem causado grande impacto na sociedade brasileira.Nessa realidade, os empecilhos para a resolução da temática refletem na pertinência de raízes históricas e na construção mitológica acerca do assunto. Em primeira análise, é importante salientar que a comunidade nacional nunca teve uma predisposição história em doar sangue voluntariamente.Sob tal ótica, é observável que antes do ano de 1988, a hemoterapia era um dinâmica remunerada, em que diversas empresas privadas lucravam com a coleta anômala do sangue de pessoas inaptas.Com isso, a partir de um parâmetro individualista, a cultura não solidária continua não fazendo arte do cenário atual, mesmo após a proibição de tal ato. Nesse âmbito, os interesses pessoais ainda prevalecem , fazendo com que a taxa de doadores voluntários permaneça estática e incoerente com o paradigma global. Em segundo plano, é indubitável que além do costume desumano, a população desconhece as informações corretas e acreditam em teorias infundadas. Dessa forma, de acordo com o sociólogo Max Weber, a narrativa moderna está cada vez menos pautada em métodos utópicos e cada vez mais racional.No entanto, a nova tendência é contrária ao pensamento de Weber, já que notícias falsas e mitos ainda constituem motivos para não doar sangue .Sob esse ângulo, agulhas contaminadas, perda significativa de sangue ou até mesmo de massa corporal são justificativas frequentes para a privação do gesto solidário. Urge, portanto, que medidas sejam feitas para mitigar com a problemática .Assim, é fundamental que o Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da Educação , desmitifique e propague o incentivo à doação de sangue no Brasil.Assim sendo, a obrigatoriedade da discussão do tema nas escolas é primordial , desde o ensino fundamental até o ensino médio, principalmente nas disciplinas de História e Biologia .Logo, isso deve ser feito por meio de rodas de debate e visitas pedagógicas aos hospitais próximos e hemocentros, com o objetivo de compreender a gravidade do problema e criar uma cultura empática.Poder-se-á , então, efetivar o grito de socorro do renomado escritor Henfil : " salvem o sangue do povo brasileiro".