Enviada em: 20/07/2018

Com o avanço da medicina, constatou-se que uma pessoa poderia, seguidos os critérios de compatibilidade, receber sangue de outra caso necessário. Dessa forma, a doação de sangue tornou-se uma das maneiras mais simples, mesmo que indiretamente, de salvar vidas. Porém, em 2014, apenas 1,8% da população brasileira doou sangue, número esse muito inferior ao ideal definido pela ONU, que é de 3 a 5% da população de uma nação, colocando em evidência a delicada situação do País. Nesse contexto, mesmo sendo considerada uma causa nobre, a doação de sangue encontra diversos obstáculos para sua efetivação. Por exemplo, no Brasil, homens homossexuais só podem doar sangue se passarem por um período de 12 meses sem relações sexuais com outro homem. De acordo com o IBGE, 10,5 milhões de homens brasileiros são homo ou bissexuais. Assim, uma parcela considerável da população acaba por ser excluída dos possíveis candidatos à doação de sangue, devido ao preconceito associado à falsa ideia de vida promíscua ligada a tal orientação sexual. Paralelamente, discute-se compra do sangue, a fim atrair um maior número de doadores. Entretanto, ao associar dinheiro à uma "mercadoria" aparentemente inesgotável e naturalmente produzida pelo corpo, problemas tendem a aparecer. Situações em que pessoas colocavam não apenas sua vida em risco, excedendo o número seguro de doações em determinado período, mas também a do receptor do sangue doado, através de doenças transmitidas pelo sangue, eram comuns na época em que a remuneração pelo sangue era permitida no País. Assim sendo, medidas são necessárias para sanar os problemas citados anteriormente e aumentar o número de doadores no País. Cabe ao Governo e ao Ministério da Saúde rever as atuais regras para a doação de sangue, no sentido de não impor restrições desiguais em relação aos homens homossexuais. Cabe, ainda, ao Ministério da Educação em conjunto com as universidades estaduais e federais criarem programas de isenção e descontos no valor cobrado pelas instituições para a realização dos exames vestibulares, atraindo, assim, a população mais jovem de uma maneira simples e eficaz. Desse modo, o País poderá alcançar em um futuro próximo o número ideal de doadores de sangue, beneficiando toda a população.