Enviada em: 09/08/2018

A doação de sangue no Brasil ainda é um tema pouco discutido nas escolas, veículos de comunicação e meios familiares. Tal fato exerce influência direta nos bancos de sangue do país, que apesar de não possuir baixos índices, ainda não se faz suficiente, visto que há uma alta demanda. O país se encontra em números confortáveis quanto à doação de sangue, mas tendo em vista o aumento da expectativa de vida (e em conseguinte as doenças atreladas a terceira idade), o estímulo a essa prática é importante.   Um dos porquês para o Brasil não ter taxas maiores de doação sanguínea é a falta de informação da sociedade quanto a essa ação. Estigmas como o aumento de peso a partir da doação ou de riscos para o doador ainda pairam sobre o senso comum. Segundo uma pesquisa feita pelo DataFolha, a taxa de doação de sangue é mais alta entre pessoas com maior escolaridade, evidenciando o quão importante é o debate e a instrução desse assunto, principalmente na população mais pobre e menos escolarizada.   Outra questão que afeta os estoques de sangue do país é a restrição quanto aos homens homoafetivos, que só podem doar após um ano sem relações sexuais. Tal limitação já está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), podendo ou não ser revogada. A restrição quanto a orientação sexual do doador remonta o cenário do auge da AIDS na década de 80 no Brasil, onde a população LGBT era vista como única portadora e integrante do grupo de risco do vírus HIV. Tal norma, além de retomar esse conceito, causa um desfalque significativo nos estoques.  Portanto, a restrição quanto aos gays se faz ilógica, uma vez que esclarecido que o vírus não é restrito aos mesmos. É necessário o controle de pessoas que se encaixem no grupo de risco (sexo desprotegido, rotatividade de parceiros e que mantenha relações com desconhecidos) independente da orientação sexual do doador. Outra medida urgente é a maior presença dessa temática na mídia, como a abordagem da mesma em novelas, séries e programas de TV, de forma que alcance novos públicos e desmistifique tal assunto. Cabe ao Ministério da Saúde a elaboração de campanhas nas ruas, em escolas e em áreas menos favorecidas, dessa forma, tornando a causa mais popular e abrangente. A doação de sangue precisa ser vista como um ato de cidadania, sendo assim, exercida por todo e qualquer cidadão apto.