Enviada em: 17/08/2018

Após a Segunda Guerra Mundial, com o avanço da medicina, muitos países começaram a se dedicar ao transplante de órgãos, inclusive o Brasil. Nesse sentido, hodiernamente, embora ele seja um dos países com mais doações de órgãos, ainda possui uma série de empecilhos que dificultam a expansão dessa prática. Os obstáculos que mais se destacam são as campanhas de incentivo pouco eficazes e a má distribuição de equipes que realizam os transplantes.        Em primeira análise, é possível afirmar que, no país, a doação de órgão ainda é um tabu. Essa conjuntura se deve à falta de informações, no que diz respeito aos procedimentos cirúrgicos adotados, em razão da deficiência e da curta duração das mensagens de apoio ao ato, com isso, há grande resistência, principalmente da família do possível doador. Prova disso é a pesquisa feita pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), que constatou uma rejeição de quase 50% nos parâmetros de rejeição familiar. Soma-se a isso a concentração de centros e profissionais especializados nesses transplantes apenas nas regiões Sul e Sudeste, o que leva ao déficit de doações nas demais regiões, segundo Lucio Pacheco, diretor da ABTO. Em função disso, caso nada seja feito, esse cenário permanecerá como um bloqueio para a doação de órgãos no Brasil.        Nesse aspecto, o direito à vida dos brasileiros - assegurado pela Constituição de 1988 - é desrespeitado em razão de ser apresentado apenas teoricamente, o que comprova a escassez da presença estatal nas medidas de incentivo à doação de órgãos. Sob esse viés, assim como cita o físico Isaac Newton, um corpo não altera seu estado caso não haja a presença de uma força externa para isso. De modo análogo, essa situação problemática só será resolvida com uma urgente interferência do Estado, por meio da proposta abordada a seguir, com o intuito de garantir a vida à população.              Dessarte, cabe ao Poder Público, aliado as esferas estaduais e municipais, elaborar um projeto de incentivo à doação de órgãos, executado por meio de campanhas que mobilizem de maneira eficaz a população, demonstrando a importância e a necessidade do ato, além de informar a maneira como os procedimentos são feitos, renovando-a todo mês, com o objetivo obter o maior número possível de doadores e reduzir a rejeição familiar. Outrossim, é necessário que o Governo Federal promova a ampliação no número de hospitais que realizam transplantes, por meio de parcerias público-privadas, assim como o número de equipes de atendimento, por meio de melhores salários e plano de carreira, a fim de melhorar a logística dos transplantes. Assim, com essas alternativas, não haverá mais obstáculos para a doação de órgãos no país.