Enviada em: 03/09/2018

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria". Tal afirmação realizada pelo personagem principal da obra de Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, nos mostra a indignação do mesmo em relação ao agir do ser humano. O Brasil hodiernamente enfrenta problemas no que tange a doação de sangue, sendo este um problema que deve ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Tal fato decorre não só da falta de conscientização do brasileiro, como também da legislação vigente.    Em primeira análise, prevalece um estigma muito grande no que tange à doação de sangue, decorrente da ausência de conhecimento por parte da maioria da população acerca do processo. A falta de informação gera um quadro onde a maioria dos doadores são os denominados de reposição os quais doam com o intuito de ajudar parentes. É inaceitável que mesmo com o crescimento dos meios de comunicação, a transmissão de informações sobre determinados assuntos ainda se mostre insuficiente.    Outro fator, para o impedimento do número de doadores é a própria legislação vigente no país. Homossexuais não podem doar a menos que estejam a um ano sem ter relações sexuais com outro homem, segundo o Ministério da saúde, com isso o Brasil perde um número considerável de doadores, pelo fato de 60% desses serem homens. Vê-se necessário uma mudança na legislação visto que para se realizar a doação uma série de testes são feitos, não impossibilitando portanto que essa parcela da população se torne doadora.     Desse modo, é preciso a criação por parte dos Ministérios da saúde e educação,de projetos contínuos em escolas e na mídia em geral sobre a doação de sangue a partir de palestras e inserção de oficinas lúdicas para informar as crianças desde o inicio de sua formação como cidadão à importância de se ajudar o próximo, além de campanhas através de redes sociais, tv, rádio, mobilizando a população a fim de aumentar o número de doadores no país.