Enviada em: 31/08/2018

De acordo com o ministério da saúde, menos de 2% da população doa sangue regularmente. Embora a quantidade de sangue seja considerada, pelo mesmo órgão, suficiente, infelizmente, o povo tupiniquim não é tão solidário em relação à doação sanguínea, tendo em vista o pequeno número de doadores, o qual, inclusive, está abaixo do recomendável pela Organização das Nações Unidas (entre 3% e 5%). Nesse contexto, deve-se analisar como a escassez de políticas públicas e a falta de informação atrapalham a realização desse ato altruísta.       Em primeira análise, é preciso destacar que a falta de engajamento com problemas sociais é um dos principais limitadores para o aumento da doação de sangue. Isso ocorre porque nas escolas brasileiras não há uma política de incentivo à discussão de assuntos que visem o bem estar social e a trabalhar o olhar empático, de modo que os indivíduos cresçam compreendendo a importância de doar. Em decorrência da escassez de uma cultura de solidariedade, uma grande parte da população acaba não se importando se há pessoas que precisam de transfusão sanguínea ou, não raro, cedem seu sangue com o intuito de receber vantagens como, por exemplo, ganhar um dia de folga ou até mesmo para poder fazer exames laboratoriais para confirmar se tem alguma doença.        Outro fator importante de se destacar é que a falta de informação sobre o processo de doação também é responsável pelos baixos índices de doadores. No início do século XX, a Revolta da Vacina ficou marcada por ser um período de resistência à vacinação obrigatória devido à falta de informação sobre a necessidade do procedimento. Na contemporaneidade, esse problema de ordem informacional se arrasta, trazendo consigo diversos mitos que prejudicam o ato solidário, em função da falta de campanhas eficientes e esclarecedoras a respeito desse assunto. Muitas pessoas, por exemplo, acreditam que podem contrair alguma doença infecciosa durante a coleta. Por consequência dessa falta de conhecimento, o ato de doar sangue torna-se cada vez mais distante da realidade dos brasileiros.        Diante desses impasses, necessita-se, urgentemente, que o Ministério da Educação estimule p sentimento de solidariedade já no início da vida da criança, por meio de políticas públicas que discutam esse assunto e coloquem elas em contato com projetos desse âmbito, a fim de que, a longo prazo, obtenhamos uma parcela bem mais significativa de doadores. Ademais, cabe ao Ministério da Saúde, por meio da mídia televisiva e da participação de atores sociais de grande influência do público, disseminar propagandas que, além de incentivar a doar sangue, informem como é, de fato, o processo de doação. Dessa forma, a doação de sangue deixará de ser um problema no país.