Doar, um hábito Empatia é uma palavra pouco conhecida que significa colocar-se no lugar do outro. No entanto, apesar de o Brasil praticar a empatia e a solidariedade em desastres como as enchentes e os deslizamentos, o mesmo não ocorre em relação à doação de sangue. Desse modo, a desinformação e a ausência de hábito contribuem para a dificuldade dos hemocentros em manter os estoques e salvar vidas. Segundo o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue. Isso se deve pela negligência oriunda da desinformação sobre a problemática. Infelizmente, grande parte das pessoas só se conscientizam sobre a gravidade da ausência de bolsas quando algum familiar ou amigo é internado e necessita delas. Vale ressaltar que as principais causas de mortes no Brasil são acidentes de trânsito e câncer, e ambas carecem de doação. A desinformação também inclui os mitos acerca do assunto. Ainda acredita-se muito – principalmente em cidades pequenas – que há riscos em doar sangue, como perder peso, adquirir anemia e contrair doenças sexualmente transmissíveis; e por não ser um assunto tão discutido, acaba perdendo relevância. Por conta disso, uma ação de salvar vidas, que deveria ser um hábito solidário, passa a ser negligenciado, deixando pacientes à mercê daqueles que além de terem o conhecimento correto, se recordam de doar. Para Durkheim, fato social é a maneira coletiva de pensar e agir. Com o objetivo de atenuar as problemáticas mencionadas anteriormente, é necessário mudar o fato social e transformar a transfusão de sangue em um hábito. Primeiramente, é necessário que o Ministério da Saúde redija ações desmitificando as crenças, distribuindo panfletos e promovendo campanhas na televisão; esta deve conjuntamente abordar o tema em novelas e séries, como uma ação comum do dia a dia. Para construir o doador do futuro, as escolas devem discutir o assunto desde a infância, em salas de aula e em palestras com a família, inclusive para informar e estimular os pais, os quais, por consequência, incentivarão os filhos.