Enviada em: 16/03/2018

Segundo Émile Durkheim, um dos célebres teóricos do século XIX, a sociedade pode ser comparada a um “organismo vivo” por apresentar funcionalidade integrada. Hodiernamente, contudo, a descriminação injustificada sobre os doadores homossexuais é responsável por nutrir os obstáculos para a doação de sangue, dentro do território nacional. Nesse Âmbito, é instalado um ideal depreciativo. Desse modo, torna-se impossibilitada a interligação entre “organismos vivos”, afetando diretamente o aprimoramento nas condições de saúde e cidadania.   Em primeira analise, é fundamental pontuar que o preconceito existente sobre os doadores homossexuais do gênero masculino é um dos fatores conjunturais que nutri essa adversidade. Nesse contexto, a restrição imposta provoca um desfalque considerável nos estoques de sangue. Além disso, infligindo os direitos fundamentais dessa parcela da população. Segundo, o ministro Edson Fachin, as normas de restrição para a doação violam a forma de ser e existir destas pessoas e o fundamento do respeito à diversidade e à dignidade humana e afronta a autonomia de quem deseja doar sangue, que é limitada não por razão médica ou científica.   Ademais, é indispensável destacar, ainda que, a descriminação acentue o problema, é imprescindível a necessidade do aumento da população doadora, para que o ideal estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) de 3% a 5% da população ser doadora, seja alcançado. Contudo, esse ideal se apresenta distante. No qual, dados disponibilizados em 2014 pelo Instituto de Geografia e Estatística Brasileira (IBGE) apontam que apenas 1,8% da população brasileira é doadora. Desse modo, o coordenador geral de sangue e hemoderivados, João Paulo Baccara, alerta sobre a necessidade de mudanças referentes às políticas exitosas, juntamente ao aumento da demanda de doadores.   Portanto, medidas são necessárias para atenuar o problema. É imprescindível a permanência de políticas discriminatórias e homofóbicas, as quais se tornam obstáculos para a doação de sangue. Por tudo isso, há a necessidade de uma intervenção pelo Ministério da Saúde, a qual promova o fim de políticas exitosas e descriminantes, assim possibilitando o aumento de doadores. Além disso, é essencial que o Ministério da Saúde em parceira com a mídia, grande difusora de informações, promova campanhas de arrecadação e doação de sangue. Em síntese, materializado tais medidas o “organismo vivo” de Durkheim será integrado a uma sociedade mais coesa e saudável.