Enviada em: 14/04/2018

O sangue é sinônimo de vida, tal sua importância para a sobrevivência humana, sendo amplamente usado nas instituições médicas, para diversos fins. Contudo, há grandes desfalques nos hemocentros, tendo como principal empecilho à deficiência estrutural do sistema que impedem a comoção para mais doações. Nesse contexto, as normas e proibições, a falta de conscientização e até mesmo o descarte de sangue são consequências advindas da carência estrutural que sofre as transfusões. Desse modo, os dilemas das doações de sangue interferem no bem-estar social de diversos grupos, o que configura em um grave problema de saúde pública no Brasil.    Mormente, diversos cidadãos se valem de argumentos inválidos para apoiar a não doação de  sangue. Ou seja, os mitos que envolvem o processo como, por exemplo, o sangue afinar ou engrossar depois da doação e o doador perde peso, entre outros artifícios utilizados para validar tais  ações. Ademais, as normas e proibições que o sistema infringe a quem doa são obstáculos a serem transpostos. A exclusão de homens homossexuais que estão mantendo relações sexuais e o descarte de sangue, por exemplo, são efeitos da deficiência que o sistema sofre. Homens podem doar sangue até quatro vezes ao ano, de acordo com o Ministério da Saúde, o que configura em um desperdício de sangue se mais homossexuais forem excluídos. Além disso, o descarte indevido de sangue resulta em mais perdas. Dessa maneira, a importância do sangue é perdida.   Segundo Yêda Maia de Albuquerque, presidente do Hemope (Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco), o Brasil não se prepara para captar o doador desde criança. Sem essa política não a construção de um futuro doador. Sendo assim, a falta de conscientização, um dos principais limitadores de mais doações de sangue, é fruto da desinformação e vem sendo imposta desde a infância. A importância de doar sangue é única, pois salva. Uma vez que o material sanguíneo é separado em diferentes hemocomponentes é possível salvar até quatro vidas.   Destarte, torna-se imperativo que o Ministério da Saúde reestruture as normas e proibições do sistema de doações, com a inclusão de homossexuais ativos, por intermédio de avaliações e analises minuciosas das coletas sanguíneas destes antes do processo de transfusão verificando o tipo sanguíneo, vírus e entre outros, para que doadores e pacientes tenham segurança transfuncional, não haja descarte indevido de sangue e não tenha desfalques nos hemocentros. Ademais, o Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde, crie uma nova metodologia nas escolas ensinando aos professores, alunos e pais a importância da doação de sangue, por meio de dinâmicas informacionais. Doar sangue é salvar.