Enviada em: 02/04/2018

Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número ideal de doadores de sangue está entre 3 e 5% da população do país. Entretanto, no Brasil, esse número está na ordem de 1,8% do total de habitantes, ou seja, mesmo sendo um número expressivo, seria interessante alcançar o patamar indicado pela OMS. Logo, torna-se necessário que o Governo Federal e a iniciativa privada crie mecanismos a fim de alcançar essa estatística.       A evolução científica aliada aos avanços da medicina, corroboram de maneira significativa para o aumento na demanda por bolsas de sangue, isso se dá na medida que cirurgias mais complexas como a cardiovascular, são realizadas mais frequentemente e também procedimentos que antes eram pouco realizados, agora tornaram-se rotina nos grandes hospitais, como a separação e a utilização de hemoderivados, plasma e fatores de coagulação. Por outro lado, todo esse contexto não foi acompanhado de medidas governamentais de indução a população para a doação de sangue, fazendo com que alguns grupos sanguíneos mais raros como o AB negativo, tenham pouca disponibilidade nos hemocentros. Dessa forma, é possível perceber a importância de uma campanha efetiva de doação.        Além disso, como escreveu o escritor russo Dostoievsky, " a melhor maneira de evitar que um presidiário fuja da prisão, é convencê-lo de que ele não está preso." No Brasil, esse pensamento pode ser trazido para o entendimento desse contexto, visto que, significativa parcela da população já está convencida de que já existem bolsas de sangue suficiente nos hospitais, pois acredita que o país, por ser uma referência em transplante de alguns órgãos como o fígado por exemplo, tem em seu banco de sangue grande quantidade de bolsas, não sendo necessário incorporar o estoque. Tal pensamento torna-se equivocado, pois, devido a grande variedade proteica na membrana plasmática dos eritrócitos, ou seja, dos glóbulos vermelhos, esse tecido é acompanhado de grande especificidade. Sendo Assim, é de extrema importância que o número de doadores aumente.       Portanto, para alavancar o número de doadores e instruir a sociedade quanto aos mecanismos utilizados na retirada do sangue, é necessário que o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, induza a população a doação, utilizando para isso propagandas em TV aberta e em horário nobre, para que, mesmo tendo um número razoável de bolsas no estoque, ela se mantenha em um patamar entre 3 e 5%,  como aconselha a OMS. A iniciativa privada, por sua vez, deve instigar a doação de sangue através de palestras para seus funcionários, por exemplo, convidando profissionais de saúde para discutirem e tirarem as dúvidas que possam surgir quanto ao mecanismo de doação, como idade, peso, período de uma doação pra outra.  Assim uma cultura solidária se perpetuará nos decorrer dos anos.