Enviada em: 03/04/2018

A doação de sangue é um processo de extrema importância, visto que auxilia ,relevantemente, no tratamento e cura de diversas doenças. Dessa maneira, é imprescindível que existam mecanismos na sociedade que permitam que a transferência sanguínea possa ocorrer de maneira satisfatória. Entretanto, no Brasil, existem diversos impasses que dificultam a ocorrência adequada desse processo, o que se relaciona não somente com a falta de conscientização, mas também de aspectos preconceituosos ainda presentes na população.     Durante a Segunda Guerra Mundial, em países como Estados Unidos e Inglaterra a doação sanguínea aumentou consideravelmente, tendo em vista o aumento da necessidade em consonância com o crescimento do número de campanhas conscientizadoras nessas localidades. Dessa forma, por não ter sido relevantemente afetado em grandes guerras se comparado a outras nações, o Brasil não desenvolveu efetivamente a conscientização da população acerca do tema. Esses fatores podem ser devidamente percebidos nas instituições de ensino, que dificilmente colocam como debate a importância da transferência de sangue, o que corrobora a falta de informação das pessoas a respeito desse processo que é essencial para constituir uma saúde pública de qualidade.     Outrossim, aspectos preconceituosos da sociedade interferem de maneira significativa na doação de sangue no Brasil. Desde a ocorrência de um aumento expressivo do número de casos de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), por ter havido um grande percentual de homens que possuem relações sexuais com indivíduos do mesmo sexo infectados, foram considerados um grupo com hábitos de risco para a transferência de sangue. De acordo com a lei, essas pessoas têm que estar a 12 meses sem terem relações sexuais para poderem realizar a doação, o que restringe diversos potenciais doadores de participarem do processo, tendo em vista que a referida lei vale até para quem tenha utilizado preservativos.     Medidas são necessárias, portanto, para resolver o impasse e minimizar os danos causados pelas dificuldades enfrentadas na doação de sangue no Brasil. O Governo deve promover uma maior conscientização da população acerca da transferência sanguínea, por meio da utilização não só das instituições de ensino, mas também da mídia que mostrem para os indivíduos, por meio de exemplificações, a importância de participar desse processo para que aumente, assim, o número de doadores. O Estado tem o dever, também, de elaborar medidas que analisem, de melhor forma, hábitos que podem oferecer riscos e não a orientação sexual, para que mais pessoas devidamente capacitadas possam participar da doação de sangue e melhorar, assim, aspectos da saúde pública do país.