Enviada em: 14/04/2018

Cidadania. Solidariedade. Compaixão. Renúncia. Todos esses termos caracterizam um indivíduo que realiza doação de sangue consciente hoje no Brasil. Entretanto, apesar da abertura de muitos brasileiros frente a essa ação, existem, ainda, muitas barreiras a serem enfrentadas para que haja maior sensibilização do povo brasileiro, além de outros fatores cruciais, como a quebra de paradigmas por parte das instituições receptoras em relação a uma parcela da população. Em primeiro lugar, nota-se a falta de consciência de grande parte dos brasileiros no processo de doação de sangue. Segundo dados do Ministério da Saúde, não chega a 2% a população doadora. Isso evidencia a dificuldade que muitas pessoas enfrentam tanto nos hemocentros, por não conhecerem os procedimentos que serão realizados, quanto por não acreditarem na importância dessa ação. Sendo assim, percebe-se a carência da população em conhecer a realidade daqueles que necessitam de transfusão sanguínea e entender a relevância de praticar tal ato, fatores imprescindíveis para a conscientização do brasileiro nesse aspecto. Ademais, outro problema enfrentado, são as restrições feitas, com um caráter preconceituoso, de uma parcela da população no processo de doação de sangue. Embora exista a necessidade e o desejo de homossexuais realizarem esse ato solidário, a orientação sexual restringe-os de prestar tal cidadania, mostrando o comportamento retrógrado vivenciado na atualidade. Apesar disso, essa atitude pode ser explicada, pelo fato de serem "considerados" grupo de risco frente as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's), principalmente na transmissão do vírus HIV. Porém, o preconceito arraigado das instituições receptoras deve ser combatido e os indivíduos desse grupo, que não apresentam comportamento de risco, como qualquer pessoa que tenha tal conduta, devem ser inseridos. Torna-se evidente, portanto, que as dificuldades do Brasil no processo de doação de sangue ainda são preocupantes. Para que isso seja amenizado, o Ministério da Saúde, em conjunto com instituições educacionais e a mídia, devem realizar projetos para sensibilizar a população brasileira, desde a juventude, com palestras e atividades educativas nas escolas e universidades, até a vida adulta, com palestras nos postos de saúde por profissionais qualificados. Além disso, que essa mesma instituição, juntamente com a Organização Mundial da Saúde, possam trabalhar formas e estratégias para a inclusão de uma parcela da população excluída desse ato, como no caso dos homossexuais. Somente assim, muitos brasileiros se tornarão inseridos nesse processo e poderão realizar a cidadania necessária de uma sociedade consciente, que renuncia suas próprias vontades em prol do outro.