Enviada em: 16/10/2017

A utopia da inclusão    Desde 1988, a Constituição garante –na teoria- a igualdade na condição de acesso à uma educação de qualidade para todos. No entanto, a prática é outra e se tornou motivo de protestos e ocupações de escolas, à exemplo de São Paulo. Isso vem ocorrendo devido à falta de infraestrutura escolar pública e ao despreparo de diversos profissionais da área, contribuindo para um ensino desigual.     É inegável que um ambiente descuidado e desprotegido favorece as diferenças sociais no papel da educação. Para Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça o equilíbrio seja alcançado. Analogamente, observa-se como a estrutura de colégios públicos, com instalações precárias e sem possuir um local seguro, representam um empecilho para alunos com ou sem deficiência físicas e que rompem com o equilíbrio aristotélico, devido ao Governo não garantir esse acesso igualitário a todos. Assim, percebe-se como a enorme desigualdade entre escolas públicas e particulares é fator primordial da problemática.    Outrossim, o papel dos educadores contribui para um ensino inclusivo ou de exclusão. Segundo Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de uma sociedade agir e pensar. Nesse contexto, nota-se como a padronização de um aluno ideal e sua propagação no ambiente de ensino sem considerar suas dificuldades cognitivas particulares, constitui um fato social e contribui para a segregação do indivíduo no espaço escolar. Dessa forma, observa-se como sentimentos de repressão afetiva e de inferioridade podem ser gerados devido à postura dos educadores e contribui para a exclusão educacional.    Entende-se, portanto, que para a educação ser equitativa e de qualidade para todos como é citada na Constituição, medidas concretas precisam ser postas em prática. Para tanto, é preciso que o Governo Federal em parceria com o Ministério da Educação inicie obras em escolas de todo o país, assegurando a proteção, a inclusão e igualdade na estrutura de ensino. Além disso, esses órgãos públicos devem promover aulas de reforço escolar para aqueles com mais dificuldades e treinamento adequado dos professores, de forma a tornar a educação mais acessível para todos. Dessa maneira, poderá ser possível tornar a inclusão escolar concreta e não mais utópica.