Enviada em: 03/05/2018

Aristóteles proferiu em uma de suas célebres frases " Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na proporção de suas desigualdades". Tal frase, dita no contexto da pólis da antiga Grécia, buscava refletir o pensamento vigente e dominante da democracia direta, modelo político dos gregos na antiguidade. Dito isso, é notável que no século XXI, o século da digitalização e da instantaneidade, não existe mais a concepção de bem-estar social tão valorizado na antiguidade pelos gregos, visto que hodiernamente as pessoas que são desprovidas da padronização comportamental, como os autistas, não conseguem se inserir no fluxo das atividades sociais do mundo contemporâneo.    Nesses termos, dados da Organização das Nações Unidas indicam que no mundo há cerca de setenta milhões da autistas, dos quais 2 milhões residem apenas no Brasil, fato esse que pressupõe que o país ja tenha todo um corpo estatal de âmparo social e político para essas pessoas. No entanto, não é isso que se verifica, posto que o mercado de trabalho, a mentalidade coletiva e ainda as perspectivas de melhoras na sociedade atual não visam prioritariamente o conforto dos portadores do autismo. Como prova disso, tem-se o crescimento diário da exclusão social de pessoas que não conseguem se ater instantaneamente às necessidades dos padrões de aprendizado e comportamento do mundo pós-moderno, sendo, por conseguinte, retiradas das possibilidades de inserção social.     Supracitado alguns dos pontos que integram a questão do autismo no Brasil, vale ainda mencionar as deficiências no modo como as intituições de ensino aplicam os conteúdos para os estudantes autistas. Atualmente, não há, na maioria dos casos,  nem escolas nem universidades da rede pública que tenham uma linguagem ou materiais específicos para atender os portadores de autismo, fato que, por si só, alimenta as disparidades da qualidade do preparo entre o aluno não autista e o autista, desfavorecendo, assim, o ingresso dos portadores desse transtorno no mercado de trabalho e ainda prejudicando a integração da sociedade com os mesmos.   Dessa forma, como já demonstraram os grandes filósofos, como Leibniz e Descartes, a melhor forma de resolver um problema é subdividi-lo em partes menores. Assim sendo, os órgãos competentes do governo federal juntamente com o apoio dos setores populares deveriam se empenhar em tratar as questões ditas nos autos. Portanto, deveriam ser transmitidas e promovidas pelo Estado campanhas e propagandas em redes de telivisão aberta que instigassem o grande público a conhecer melhor o transtorno do autismo, com a finalidade de fazer a mentalidade coletiva se sensibilizar com os desáfios enfrentados pelos autistas no país. Ademais, o Ministério da Educação deveria desenvolver em conjunto com especialistas modelos de ensino qua otimizassem o aprendizado dos autistas no Brasil.