Enviada em: 06/05/2018

O autismo é um transtorno global de desenvolvimento, chamado atualmente de Transtorno do Espectro Autista ou pela sigla TEA. Trata-se de um transtorno que afeta principalmente a capacidade de comunicação e interação social. Apesar do considerado pelo senso comum, não necessariamente é acompanhada por deficiência no aprendizado. No entanto, o desafio de comunicar-se está longe de ser o principal enfrentado pelos autistas. Dentre os principais, podemos citar a superproteção paterna, que inviabiliza o processo de autonomia do indivíduo; e a falta de preparo da escola no que concerne à inclusão do aluno em escolas regulares.       Os pais, muitas vezes, por quererem proteger seus filhos de episódios preconceituosos os privam de convívio social em espaços públicos, e os mantém em uma espécie de bolha social, onde só familiares e amigos próximos possuem entrada permitida. Posteriormente, isso se mostra um veneno à construção da autonomia de uma pessoa portadora de TEA, pois, quanto mais estímulo receber quando criança, melhor será sua capacidade de lidar com situações cotidianas. Portanto, trabalhar a autonomia de um autista é crucial, desde que sejam respeitados seus limites.       A escola, por sua vez, muitas vezes má preparada, acredita que haja uma receita a ser seguida caso haja um aluno autista sob sua tutela, e por não conhecer esses ditames fixos, rejeitam esses alunos, seja de forma expressa, ou mediante pagamento de taxa adicional em mensalidades. Entretanto, acreditar que todos os indivíduos sejam iguais e uma mesma fórmula deva ser aplicada à todos se mostra tão nociva quanto os excluir. Cada aluno deve ser avaliado individualmente, jamais ser excluído de atividades junto aos colegas de classe, e seus limites devem ser respeitados, pois da mesma forma que não se deve exigir que um cego enxergue, não se deve exigir que um autista interaja com os demais da mesma forma que uma pessoa sem esse transtorno. O que muitas vezes é feito em escolas regulares. Com isso, a preparação dos profissionais da escola é vital para o desenvolvimento do jovem, pois seu objetivo, além de ensinar, é incluir, educar e, também, construir autonomia.       Desta maneira, a escola e a família devem atuar juntas para a construção da educação e da autonomia deste cidadão. Para isso, a família deve incluir interação social à agenda dos filhos e todos devem frequentar juntos o mesmo psicólogo, para que este possa incluí-los em atividades benéficas ao tratamento da criança ou jovem. Além disso, a escola precisa capacitar seus professores e pedagogos, a fim de promover a inclusão. Por isso, é necessário um profundo convívio dos profissionais com o aluno, para que sejam entendidos seus pontos fortes e fracos e possa ser montado um plano pedagógico específico para ele.