Enviada em: 17/05/2018

"É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito".A frase do físico Albert Einsten parece fazer alusão ao comportamento humano na contemporaneidade,especialmente na atual sociedade da apatia,em que a intolerância e o desrespeito parecem inferir cada vez mais no modo de agir da população.Essa perspectiva,acerca dos desafios da inclusão de pessoas com autismo no Brasil,é fomentada,principalmente,por ausentes políticas públicas de integração social dos indivíduos considerados diferentes,bem como por um legado histórico cultural de discriminação no país.    Em primeiro lugar,sendo o individualismo o maior conflito da pós-modernidade,segundo o sociólogo Zygmunt Bauman,parcela da população tende,de fato,a ser incapaz de tolerar o que é diferente.Nessa ótica,o autismo,como síndrome que interfere no comportamento do indivíduo,englobando pessoas,segundo a Organização Mundial da Saúde,mais que o próprio câncer,é reflexo de descaso,em que muitos médicos não sabem o diagnóstico e muitos pais não sabem como lidar com a notícia de um filho autista,por exemplo.Mediante a isso,é notório,no Brasil,a falta de oportunidades,em que a parcela social acometida pelo autismo,além de passar por um conceito impreciso,muitas vezes descoberto só na adolescência,ficam à mercê de ausentes políticas necessárias à vida humana,como uma estrutura educativa própria,fazendo analogia à máxima,"eles não são capazes".      Em segundo lugar,cumpre destacar que a frase do sociólogo Stefan Zweing,em que diz ser o Brasil o país do futuro,é contradita quando se refere ao cenário de hoje,imerso em analogias como o Darwinismo Social,tornando tudo o que é diferente incapaz de conviver em sociedade.Nessa conjuntura,o preconceito às pessoas acometidas pela síndrome,nem mesmo é capaz de ser mitigado pelo dia 2 de abril,em que foi instituído,pela ONU,em 2008,como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.Ademais,o fato de o autista ser agitado demais e não possuir tamanha concentração fomenta o preconceito de muitos,como o ocorrido no estado de Manaus,em 2015,quando uma criança saiu de uma escola devido à prática de "bullying" e à indiferença dos pais dos alunos,que diziam,segundo a mãe da criança,em entrevista,ser melhor uma com Síndrome de Down,que uma com autismo.   Logo,é imprescindível a criação de uma coordenadoria integrada,em que o Poder Público invista na contratação de profissionais qualificados nos mais diversos hospitais,no estudo aprofundado da síndrome,bem como no acesso facilitado aos medicamentos,tratamentos e diagnóstico precoce.A sociedade,junto às instituições educativas,deve,por meio de palestras,de campanhas publicitárias e de implantação do estudo em salas de aula,desde cedo,fomentar o senso crítico humano.Assim,será firmado o esclarecimento da síndrome,a mitigação do preconceito e,principalmente,o exercício cidadão.